Mulheres negras empreendedoras buscam caminhos para desenvolver seus negócios

Ao tornarem-se empresárias, mulheres negras falam sobre os desafios para ampliar seus negócios e destacam a importância de celebrar parcerias de sucesso

Quantas mulheres negras empreendedoras você conhece? As dificuldades de acesso ao mercado de trabalho são inúmeras, especialmente para aquelas que são mães, o que torna o negócio próprio a opção mais viável para gerar renda e manter a família. É também empreendendo que mulheres negras encontram mais liberdade para colocar em prática suas convicções e propósitos.

Durante o Chivas Venture Day, projeto realizado pela marca de whisky Chivas, em parceria com a atriz e empresária, Taís Araújo, vimos bons exemplos de negócios criados por mulheres pretas e que estão recebendo incentivo para que se tornem ainda maiores.

Regina Ferreira, CEO da agência de casting Hutu, focada em modelos negros; Amanda Coelho “Diva Green”, CEO da Ori Cabelos, especializados em penteados afro; e Miria Alves, dj e CEO do projeto “TPM – Todas Podem Mixar” conversaram com Taís Araújo sobre seus projetos, destacando as dificuldades de empreender em um país estruturalmente racista, além de falarem sobre o orgulho que sentem pela grandeza do trabalho que fazem.

“Eu precisei voltar para as minhas origens, precisei conectar com minha ancestralidade para poder entender a minha potência. E o cabelo fez isso. O ofício de trançadeira é algo de muito impacto porque ele coloca as pessoas diante de quem elas são, empodera. Não é só se achar bonita”, reitera Amanda Coelho, CEO da Ori Cabelos. 

Já para Regina Ferreira, CEO da Hutu Casting, a realização vem ao ver seus agenciados ganhando espaço em campanhas publicitárias e eventos. “Ao ver as meninas em campanhas, passando na TV, campanhas de revistas, que nunca tiveram contato com audiovisual, nunca tinham feito nenhum teste, principalmente na pandemia em que as aprovações eram online. Alí eu falei ‘sou foda mesmo’ (risos). Eu fico muito feliz, me sinto muito realizada todos os dias, a cada passo que a Hutu vem dando”, declara.

“Eu me vejo em um lugar de sucesso quando eu recebo propostas de trabalho todos os dias. Então eu me vejo como uma formiguinha, abrindo os meus caminhos e chegando em quem precisa chegar. Me vejo em um lugar de sucesso quando vejo meu trabalho chegando em pessoas que eu nem imaginava que poderia chegar”, contou a DJ e CEO do projeto “TPM – Todas Podem Mixar”, Miria Alves.

Empresária, Taís Araújo passou a cuidar da própria carreira há pouco tempo e, no ano passado, anunciou o lançamento de uma marca própria, a HotMamma, que pretende explorar segmentos de moda, beleza, decoração e autocuidado. A atriz fez uma pausa no projeto, mas ao lado de Chivas está trabalhando para que outras empreendedoras negras recebam apoio para desenvolver seus negócios.

Parceira da marca há três anos, foi em 2022 que decidiram direcionar o projeto para impulsionar as empresárias negras. “O Chivas Venture tinha um outro perfil, de competição social e depois da pandemia isso perdeu o sentido. Isso não é sobre competição, é sobre coletividade. Ficamos pensando ‘O que a gente faz?’ A gente precisa impulsionar o Brasil e quem vai impulsionar o Brasil são as mulheres negras que estão na base dessa pirâmide. Precisamos impulsionar essas mulheres porque assim vamos mexer na estrutura toda e eu super acredito”, detalha a atriz que investe no consumo de negócios de pessoas negras e de marcas que também investem no uso da imagem de pessoas negras. 

“Essa é uma coisa que está engatinhando no Brasil. Nos EUA isso funciona muito bem, a população preta norte-americana já entendeu o valor do seu dinheiro e a gente também tem que entender esse valor e cada vez mais consumir de pessoas negras e de quem fala com a gente. Além de pessoas negras é fundamental, mas daquela marca que não tem nenhum negro anunciando o negócio eu já nem vou, isso tem anos. É um consumo consciente nesse sentido”, explica.

Taís Araújo contou como tomou a decisão de se tornar empresária, ao passar a gerir a própria carreira. “Têm poucas artistas gerindo a própria carreira, no geral, mas isso é muito pessoal. Tem gente que não gosta de falar de dinheiro, eu gosto. Estou aprendendo há três anos. Mas, por mais que eu tenha saído do escritório, mantenho a mesma parceira comercial, porque não é fácil mesmo. Mas eu coloco pilha para que as atrizes tenham domínio de suas carreiras, estejam mais à frente, de forma mais consciente”, explicou a atriz.

 “Beba com moderação. Não compartilhe com menores de 18 anos”.
Esse conteúdo foi produzido em parceria com Chivas Brasil.

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