Djassi Africa analisa startups e negócios digitais de afro-empreendedores em Portugal

Durante seis semanas, Djassi Africa, uma organização que investe em inovação digital, em parceria com outras entidades do ecossistema de inovação em Portugal, recolheu dados para um estudo detalhado que servirá de ponto de referência para caracterizar os empreendedores africanos e afrodescendentes do país.

O questionário AFROPRENEURS.PT pretende mapear e analisar os dados referentes à diversidade no ecossistema de startups e negócios digitais em Portugal, identificar quais são os desafios enfrentados pelos afro-empreendedores, estudar o impacto dos seus negócios, e disponibilizar estratégias e ferramentas para estimular a integração destes negócios de afro-empreendedores no ecossistema de inovação.

O foco do questionário é: corrigir a falta de dados relevantes em Portugal sobre afro-empreendedores e os seus negócios; estabelecer o ponto de partida para o desenvolvimento de estratégias, programas e incentivos de apoio aos afro-empreendedores; conhecer as áreas de atuação e impacto das startups e negócios digitais de afro-empreendedores; aumentar a visibilidade de afro-empreendedores no ecossistema de inovação; incluir afro-empreendedores em redes de apoio e investimento; e reduzir as barreiras de entrada no ecossistema a potenciais afro-empreendedores com ideias e projetos inovadores.

Com mais de 2.159 startups registradas, Portugal está 13% acima da média europeia no número de startups per capita, estando em número 12, tanto no Top 100 dos ecossistemas emergentes, como na lista dos países mais inovadores da União Europeia. Tanto em termos geográficos como culturais, Portugal é um dos países europeus mais próximos de África, formando, com seis nações africanas, o Brasil e Timor-Leste, o mundo lusófono.

Nos últimos cinquenta anos, Lisboa tornou-se a cidade onde estas culturas se encontram. Todos os anos, elevados números de estudantes oriundos do continente africano terminam os seus estudos em Portugal. Mesmo assim, numa avaliação inicial da Djassi Africa, os números indicam que existem menos de 1% de afro-empreendedores no ecossistema de startups em Portugal, e a informação referente ao grupo é muito limitada, ou praticamente inexistente.

A verdade é que existem limitações no acesso às redes e ao capital necessário para o crescimento dos negócios destes empreendedores. Segundo a Google, “os black founders desempenham um papel fundamental na economia europeia, resolvendo desafios com agilidade, resiliência e tecnologias inovadoras. Mas sabemos que estes não têm as mesmas oportunidades e apoio que outros grupos, apesar do fato de 77% das tech startups lideradas por black founders gerarem receitas elevadas, e criarem uma média de 5,4 empregos cada uma”.

Em 2021, o Fundo da Google para startups lideradas por afro-empreendedores (Google Black Founders Fund) investiu R$ 2 milhões em 30 startups na Europa. Em 2022, está sendo investido o dobro do montante de R$ 4 milhões em 40 startups lideradas por afroempreendedores. Desde 2021, as startups passaram a angariar R$ 81 milhões em financiamento de follow-up, contrataram mais de 100 funcionários, e aumentaram as receitas em mais de 81%.

Estudos e publicações têm demonstrado repetidamente que as empresas fundadas por equipes com diversidade superam a performance das equipes homogêneas. Segundo a Forbes, “as empresas de founder ‘s de origens diversas lucram 30% mais em múltiplo capital investido (MOIC) quando são adquiridas ou tornadas públicas”.

Está aberto o questionário sobre os afro-empreendedores em Portugal. Startups e negócios digitais liderados por afro-empreendedores, bem como indivíduos com ideias de negócio inovadoras são encorajados a participar. A pesquisa irá decorrer durante um período de seis semanas.

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