A autenticidade na construção da imagem profissional

Como honramos nossa essência em um mundo corporativo regido por padrões

Texto: Por Juliane Sousa, com a colaboração de Adila Nascimento

Esta diversidade de imagem que projetamos reflete a complexidade das nossas identidades e da infinidade de papéis que desempenhamos na sociedade.

Encontrar este equilíbrio entre atender às expectativas externas e permanecer fiel à nossa essência nos desafia constantemente.

A imagem que transmitimos às pessoas influencia como elas nos interpretam.

Como esta imagem é construída socialmente, o desafio está em não limitarmos a percepção da nossa identidade apenas às atividades que exercemos na sociedade, que tenta nos moldar o tempo todo.

Superado este, nos é desafiador assumirmos nossa singularidade onde quer que estejamos, pois, apesar de o julgamento alheio não nos definir, ainda há resistência, especialmente quando não estamos alinhados aos padrões estéticos eurocêntricos estabelecidos na sociedade, muito influenciados pelo colonialismo.

Todos estes desafios estão, sobretudo, na construção da nossa imagem como profissionais, em conformidade com as normas culturais e organizacionais definidas.

Cada um de nós é único, e nossas identidades, nossos valores e experiências moldam como desejamos ser percebidos também no nosso mundo profissional.

Se, por um lado, conseguimos nos adaptar àqueles parâmetros tidos como tolerados pelas empresas, por outro, todo este conflito entre se conformar às expectativas externas e manter nossa autenticidade nos desperta para diversas reflexões.

Uma delas é como podemos expressar realmente quem somos por meio das nossas roupas, por exemplo.

A segunda é até que ponto nos sentimos confortáveis cumprindo um código de vestimenta e comportamental que nos foi determinado, mas que pouco ou nada representa as nossas próprias escolhas.

Além disso, como podemos transmitir a nossa essência e os nossos propósitos de modo a preservar nossas verdades quando nos relacionamos com outras pessoas.

Todas estas questões são pontos de partida para construirmos a nossa própria imagem, inclusive, profissional, alicerçada na mensagem que queremos levar para o universo do trabalho e para o mundo.

Neste cenário, precisamos adotar estratégias para que possamos estar nestes espaços, termos visibilidade, sermos reconhecidas e valorizadas.

Adaptar-nos pode ser necessário e até aceitável conforme o ambiente, mas desde que nos sintamos confortáveis e nos faça algum sentido esta adaptação.

É esta a margem de segurança que nos manterão conscientes de que este contexto está desconectado com quem somos, mas corresponde a uma estrutura social de estética que ainda prevalece na nossa sociedade.

Podemos nos alinhar à expressão externa ao mesmo tempo em que valorizamos quem somos e honramos as nossas origens e as nossas histórias que nos formam como profissionais, cidadãos e pessoas únicas que somos.

Para acolhermos e preservarmos a nossa essência, é importante trilhar uma jornada de construção contínua de autoconhecimento, autoconfiança e auto aceitação.

Nesta jornada de construção e reconstrução da nossa própria imagem profissional, é fundamental que nos respeitemos e reconheçamos o valor genuíno da nossa autenticidade.

Dessa forma, estaremos colaborando com o desenvolvimento da agenda da diversidade, da equidade e da inclusão, em especial, nos ambientes corporativos.

* Juliane Sousa é Coordenadora de Comunicação do Sistema B Brasil, e Adila Nascimento, Gerente Financeira e de Operações Estratégicas da mesma Organização.

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