Texto: Rennan Gonçalves – CEO da Maloca Games

Quando as ruas se enchem de alegria, cores e ritmos, sabemos que o Carnaval chegou, capturando o espírito e a identidade cultural de um povo que não teme expressar sua paixão pela vida. No entanto, longe das avenidas o carnaval se mantém ativo, mantendo sua tradição, cores e elegância, tudo através do universo dos jogos.

Notícias Relacionadas


É incrível identificar projetos nacionais que visam incorporar a temática do carnaval em suas narrativas, estéticas e mecânicas (regras) de jogo. Uma vez que sabemos que o epistemicídio, que é a destruição ou inferiorização de saberes e conhecimentos produzidos por povos marginalizados, também é uma ferramenta aplicada no entretenimento, os jogos não foram isentos disso. 

Quando refletimos sobre a maneira como a indústria de jogos digitais busca abordar a diversidade, nos deparamos com produtos genéricos e que acabam cometendo mais erros do que acertos. Basta olharmos para jogos mundialmente famosos como “League of Legends: Wild Rift” e “Pokémon GO“, que ainda em 2024, utilizam a temática do carnaval de forma estereotipada como uma ponte cultural, tentando forçadamente se conectar à sua comunidade brasileira.

Roupas, itens tematizados, artes coloridas, parceria com influencers, enchem os jogos como forma de “celebrar” o carnaval digitalmente, mas também, é claro, acima de tudo lucrar.

Jogos como “Final fantasy“, “Second Life” e “Brawl Star“, utilizaram dessa mesma estratégia em anos anteriores, sempre com o foco de monetizar em cima da cultura brasileira. Ainda que essa não seja uma estratégia exclusiva desses jogos, estamos falando da perpetuação de preconceitos e estereótipos que lutamos para erradicar em solo nacional.

Veja abaixo as dicas de jogos criados por pessoas negras que valorizam o a cultura do Carnaval:

Galo da Madrugada

Vamos começar fazendo uma viagem para pernambuco, com o jogo “Galo da Madrugada”, desenvolvido pela Maloca Games. Baseado no maior bloco de Carnaval do Brasil, o objetivo do jogo é levar o máximo de foliões para curtir o evento. Trazendo elementos e características regionais, encontramos elementos afrocentrados como: peças de búzios que representam os foliões e a utilização da Mancala, jogo milenar criado na África. Como elemento regional o “Galo da Madrugada” conta com cartas de atrações separadas por personalidades, danças, instrumentos e belas alegorias.

Chico César e Umbigada são uma pequena amostra da riqueza dos elementos representados no jogo. Siga @malocagamesoficial no instagram para saber muito mais sobre o jogo. 

GRES

Ainda no mundo dos jogos de cartas, temos o jogo “GRES” desenvolvido por Paulo Corbelino/(Pá.ú.lú), inspirado no universo do carnaval de avenida, em “GRES” os jogadores colecionam cartas tomando as melhores decisões para formar o desfile de escola de samba perfeito.

As telas (game-screens) representam Barracões de escola de Samba onde o espetáculo é criado e as cartas representam diferentes elementos de um desfile. Paulo sempre foi apaixonado por carnaval e nos revela que: “O conceito, a mecânica e a arte do jogo GRES refletem a minha visão sobre as escolas de samba… a arte por exemplo é baseada no ângulo que a câmera filma e mostra na televisão”. Por ser um artista, Paulo representou isso em suas cartas com muitas cores e penas que juntas formam um grande desfile de escola de samba, coloridos e únicos, como vemos na imagem. É possível acompanhar mais informações do jogo pelo instagram @gresojogo.

Todos os projetos citados acima trazem o discurso da valorização da cultura brasileira. Porém é importante entendermos que o entretenimento pode contemplar assuntos com maior contexto. Aproximando o público, desafiando os estereótipos e incentivando uma representação mais autêntica e diversificada dos elementos culturais representados. 

Seguimos jogando!

Notícias Recentes

Participe de nosso grupo no Telegram

Receba notícias quentinhas do site pelo nosso Telegram, clique no
botão abaixo para acessar as novidades.

Comments