Para homenagear os 90 anos da atriz Léa Garcia, considerada “A dama do teatro negro brasileiro”, no próximo fim de semana, o Canal Brasil vai exibir dois longas-metragens protagonizados pela atriz. O longa “Um Dia com Jerusa” (2020), dirigido pela cineasta Viviane Ferreira, será exibido no sábado, às 14h, e “Filhas do Vento” (2005), de Joel Zito Araújo, passará na sequência, às 15h15.
Em “Um Dia com Jerusa”, Léa Garcia interpreta Jerusa, uma senhora de 77 anos que recebe a jovem Silvia (Débora Marçal) em sua casa, no bairro do Bixiga, região central de São Paulo. Durante o encontro, Jerusa compartilha com Silvia suas experiências e lembranças vividas no bairro que é um lugar recheado de memórias ancestrais. “Um Dia Com Jerusa” é o terceiro longa-metragem de ficção realizado por uma cineasta negra no Brasil. O longa foi exibido na 44ª Mostra de Cinema de São Paulo e indicado ao AMAA – African Movie Academy Awards como melhor filme realizado em diáspora.
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Léa Garcia levou o prêmio de “Melhor Atriz” no Festival de Gramado por seu trabalho no filme “Filhas do Vento”. A trama acompanha a relação de duas irmãs, Ju, interpretada por Thalma de Freitas na juventude e por Léa Garcia quando mais velha, e Cida, personagem vivida por Taís Araújo na fase jovem e por Ruth de Souza na maturidade. As duas se separaram ainda jovens e se reencontram 45 anos depois, no enterro do pai (Mílton Gonçalves), com vidas totalmente diferentes. O longa, dirigido por Joel Zito Araújo, é o primeiro filme de ficção do diretor e foi vencedor de oito kikitos no Festival, incluindo o de melhor filme pelo júri da crítica. Na Mostra de Tiradentes, o “Filhas do Vento” foi escolhido o melhor filme pelo júri popular e no Paratycine, venceu a categoria de melhor roteiro.
Com uma carreira extensa, Léa possui trabalhos marcantes no teatro, na TV e no cinema. A atriz estreou nos palcos em 1952, na peça “Rapsódia Negra”, de Abdias do Nascimento. Quatro anos depois, fez parte do elenco da montagem de “Orfeu da Conceição”, espetáculo que estreou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com cenários de Oscar Niemeyer. A partir da peça, foi feito o filme “Orfeu Negro” (1959), de Marcel Camus, que marcou a estreia de Léa no cinema. O longa venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro pela França, e a Palma de Ouro no Festival de Cannes. A atriz também foi indicada ao prêmio de melhor atriz no festival francês. Na TV, participou de sucessos como “Selva de Pedra” e “Escrava Isaura”, obra em que viveu a marcante vilã Rosa.
No final do ano passado, Léa Garcia estreou a peça “Mãe Baiana”, no Rio de Janeiro, ao lado da atriz Luana Xavier.
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