Na hora de mudar o visual, a coloração está entre as opções mais atrativas para quem vive o conceito do “cabelo real”. Desmistificando o dito popular de que cabelos com curvaturas mais fechadas e naturalmente mais secos não “aguentam” tal procedimento, especialistas explicam que com os cuidados certos, antes e depois da tintura, é possível ousar em técnicas como mechas e até mesmo em “cores fantasia”.
Segundo Bruno Dantte, especialista em cabelos “reais” e precursor do movimento “adeus à ditadura da chapinha”, existem três técnicas de luzes e mechas em ascensão, sendo o “iluminada” o mais tradicional. O método consiste, literalmente, em iluminar um ou dois tons do castanho e dar uma ar de luz ao rosto e ao cabelo monocromático. Um cuidado especial a quem tem cabelo crespo é analisar junto a um profissional se a tintura com um loiro mais claro, por exemplo, não vai provocar perda de textura.
Notícias Relacionadas
Met Gala 2025 reúne Pharrell, LeBron e Hamilton e nomes da moda e cultura
Pesquisa revela que 70% das mulheres negras se sentem pressionadas a alisar o cabelo
“Hoje em dia, as pessoas têm mais receio de tingir o cabelo e deixá-lo quebradiço e sem textura do que propriamente ficar loira. O cabelo crespo é o cabelo mais fino e sensível que existe, portanto, é preciso fazer uma análise da porosidade e o fundo de clareamento do cabelo para se ter noção do quanto a descoloração vai danificar. Apesar de haver sim um risco, negros e negras podem arriscar nas mais diversas cores, desde de que comprometam a tratar o cabelo”, afirma Bruno.
As outras duas técnicas ressaltadas pelo especialista são “free hands” (mãos livres, em português) e ombré. A primeira consiste em escolher as mechas e aplicar o produto sem uma quantidade exata de fios. Já o ombré vem do francês e significa cabelo sombreado. Essa coloração mantém a raiz na cor original e clareia os fios a partir da orelha, de maneira sutil. “Crespas, cacheadas e onduladas ousam na técnica free hands, que dá a liberdade de escolha das partes do cabelo que se pretende clarear, sem deixar marcações. Ela não existe papel alumínio, o que dá mais naturalidade. Já na ombré, as mechas começam a ser puxadas da orelha para baixo, dando um ar bem mais natural que a californiana, por exemplo”, afirma o cabeleireiro.
Cabelos coloridos — Quando o assunto é cabelo colorido, as cores podem ser as mais diversas e feitas tanto no cabelo todo, quanto em mechas frontais ou laterais, ou até mesmo na nuca. A cabeleireira Tania Sara, especialista em coloração e corte no salão Bruno Dantte Conceito, defende que não há uma “cor fantasia” ideal para cada tom de pele, ao contrário, todas e todos podem ousar na tintura, tendo como base os cuidados que cada uma delas vai requerer.
“A cliente tem a liberdade de escolher a cor, a nossa função é apontar as opções de cores que o cabelo pode chegar. Para isso, é feito um teste de mechas, para descobrir o fundo de clareamento e a estrutura do fio. Depois, é responsabilidade do profissional optar apenas pela técnica menos agressiva. Para cabelos mais finos e mais crespos é possível não usar descolorante, e optar por tintas super clareadoras, que mantêm a saúde dos fios”, explica.
Segundo Tania, para não causar ressecamento excessivo dos fios, a descoloração deve ser feita na medida de dois dedos afastada da raiz. Em relação às cores que exigem mais cuidado, ela coloca os tons pastéis, como azul bebê e rosa claro. Já entre as que menos agridem estão magenta, vermelho, laranja e verde. A especialista ensina que para trocar de cor sem ter que descolorir sempre, basta seguir o círculo cromático com máscaras pigmentantes. Isso porque a tinta desbota, deixando uma base clara possível de ser tingida por cima.
Cuidados pré e pós-coloração — As dicas dos cabeleireiros Bruno Dantte e Tania Sara para antes e depois da coloração é ter o hábito de cuidar dos fios com produtos para hidratação, nutrição e restauração toda semana. Sendo os cabelos crespos e cacheados naturalmente mais secos, é fundamental que haja um cuidado inclusive pré-coloração, para que o cabelo não perca textura e não fique quebradiço com a passagem da química.
Neste sentido, a proposta é repor massa capilar com queratina vegetal, solução que contém aminoácidos do arroz, soja e do trigo, capazes de revitalizar o cabelo e recompor os nutrientes em falta. Além disso, é indicado adicionar óleos vegetais na finalização, como azeite, óleo de argan, de semente de uva e abacate.
Em cabelos coloridos, a dica é abusar de produtos com composição mais natural, produzidos à base de óleos, queratinas e aminoácidos. Além disso, Tania ressalta que é ideal ter uma rotina de acidificação dos fios, que consiste em usar cremes de tratamento para fechar os poros do cabelo e segurar os nutrientes por mais tempo.
Notícias Recentes
Lançamento de “Aspino e o boi” leva memórias quilombolas à literatura infantil
Novembro Negro | Seis podcasts e videocasts apresentados por mulheres negras para acompanhar