Em 2023, o Brasil registrou um aumento nos rendimentos médios de pessoas brancas, jovens e menos escolarizadas, entretanto, os ganhos não foram uniformes, com desigualdades significativas, especialmente para a população negra, que recebeu ainda menos que os brancos, de acordo com dados publicados pelo Jornal Valor Econômico.
No terceiro trimestre de 2023, o rendimento médio mensal real efetivamente recebido no trabalho principal teve um avanço de 5,3% em comparação com o mesmo período de 2022, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (Pnad Contínua Trimestral) do IBGE. Essa tendência positiva, no entanto, revelou disparidades substanciais ao analisar as variáveis de raça.
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Jovens entre 14 e 24 anos foram os mais beneficiados, com um aumento de 6,5% nos salários no terceiro trimestre de 2023, superando em mais de 10% os níveis pré-pandemia. Em contrapartida, pessoas com 60 anos ou mais experimentaram um crescimento mais modesto de 2,3%, ficando apenas 0,2% acima dos patamares anteriores à pandemia.
As desigualdades raciais continuam sendo uma preocupação, com pretos e pardos ganhando proporcionalmente menos do que brancos. No terceiro trimestre, o salário médio dos pretos e pardos estava 5,6% e 6,8%, respectivamente, acima do pré-pandemia, enquanto o dos brancos estava 1,3%. Enquanto os trabalhadores autodeclarados brancos tiveram aumento de 6% no seu rendimento, frente ao terceiro trimestre de 2022, acima dos pardos (5,6%) e de pretos (3,3%), que ganharam ainda menos. A representação salarial dos trabalhadores pretos em relação aos brancos diminuiu de 59% em 2022 para 57,6% em 2023.
A pesquisa do IBGE também revela que a população ocupada com 14 a 17 anos caiu 15% no terceiro trimestre de 2023, enquanto os empregados com 18 a 24 anos reduziram 2%, indicando uma possível dinâmica de “efeito composição” com a saída do mercado daqueles que ganhavam menos.
A desigualdade racial é reforçada por dados que indicam que os trabalhadores que se autodeclaram brancos observaram um aumento de 6% em seus rendimentos, superando os pardos (5,6%) e os pretos (3,3%). A persistência dessa disparidade reflete um desafio significativo para alcançar uma distribuição justa dos benefícios do crescimento econômico.
O texto segue para detalhar as complexidades dessa realidade, explorando outras variáveis, como grau de instrução, setores ocupacionais e a análise de economistas sobre as perspectivas futuras dos rendimentos.
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