A Coalizão Negra Por Direitos foi um dos coletivos que participou do pedido para protocolização do “superpedido” de impeachment motivado pela atuação desastrosa do presidente Jair Bolsonaro na condução da pandemia do novo coronavírus e outros crimes de responsabilidade cometidos pelo gestor desde 2019,quando assumiu a presidência da república.
Douglas Belchior, professor de história, integrante da Coalizão Negra Por Direitos e da Uneafro Brasil falou em coletiva de imprensa sobre o pedido de impeachment feito nessa quarta-feira (30), em Brasília. “Nós vivemos um momento histórico importante e essa unidade diz respeito a isso. É uma unidade contra a bábarie, o genocídio que é a natureza do Estado brasileiro. Nós vivemos um encontro macabro desse momento da história do Brasil que sempre empreendeu suas forças para assassinar os povos originários e os povos africanos e seus descendentes que construíram esse país.E o encontro desse Estado, com um governo explicitamente fascista, racista e genocida. Esse encontro está destruindo ainda mais nosso país. Esse encontro é responsável pelas mais de 500 mil pessoas assassinadas pela política de negligência com a saúde pública no Brasil”, disse Belchior no início de sua fala.
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O líder da Coalizão também lembrou as recentes denúncias de corrupção que atingiram o Planalto. “Agora a gente vê revelado ao país o caráter também corrupto de um governo hipócrita de Jair Bolsonaro. Hoje é um momento simbólico de continuidade de derrocada desse governo”, disse. Na semana passada o deputado federal Luis Miranda (DEM) denunciou à CPI da Covid um esquema envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin, que ainda não tinha sido aprovada pela Anvisa e acusou o também deputado Ricardo Barros (Progressistas), líder do governo na Câmara de oferecer propina para não denunciar o caso. A suspeita é que Bolsonaro sabia do ocorrido envolvendo Valor da dose mais alto que o comum , inconsistências no contrato, que previa pagamento antecipado a uma empresa que não era a fabricante.
No dia 24 de junho, em depoimento à CPI, o epidemiologista Pedro Hallal apresentou o slide original que apresentaria a integrantes do Ministério da Saúde. “Ele revelaria a situação específica da população negra e dos povos indígenas. Esse slide foi censurado e em seguida a relação com a universidade e com a pesquisa foi interrompida. É mais uma prova que o Bolsonaro emprega uma gestão supremacista branca. Uma gestão genocida que vitima o povo negro e o povo indígena”, disse Douglas Belchior sobre o revelado.
Ao lado de lideranças indígenas como Sônia Guajajara, Belchior pediu aplausos aos povos indígenas e prosseguiu. “Num país de maioria negra é essa a postura que o governo tem. Deixa morrer, deixa contaminar. Se fosse um país de maioria branca, essa postura seria diferente. Da mesma maneira que a gente vê permitida pela sociedade brasileira que a polícia estoure territórios negros e mate gente como fez em Jacarezinho é a mesma lógica da política colocada em prática pelo Jair Bolsonaro. Não vamos aceitar. Fora Bolsonaro!”, concluiu.
O “superpedido” tem 46 signatários e consolida argumentos apresentados em outros 123 pedidos de impeachment já apresentados à Câmara.Agora é preciso que o presidente da Câmara, Arthur Lira, do Progressistas dê continuidade ao superpedido de impeachment.
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