Há 20 anos, sentado na escada de casa, olhando para um som portátil da CCE um menino de nove anos ouvia pela primeira vez a música de um dos seus grupos favoritos. Duas décadas depois, na 35ª Mostra Internacional de Cinema, aquele menino pôde reviver aquela experiência inesquecível na sala escura do cinema.
O documentário Batidas, Rimas e Vida (Beats, Rhymes and Life: The Travels of A Tribe Called Quest, 2011) é exatamente o que o título sugere, uma jornada que nos convida a conhecer (e reviver, se você é um grande fã como eu) – à partir do ponto de vista dos seus portagonistas – a história de um dos grupos mais inovadores da história do Hip Hop.
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Dirigido pelo ator (e também grande fã) Michael Rapaport, o documentário reúne imagens da turnê pelos Estados Unidos em 2008, que reuniu o grupo após a separação, dez anos antes. Ao mesmo tempo, o inicio da trajetória do grupo novaiorquino, é comentada por artistas como o pioneiro nos programas de rádio voltado para o Hip Hop, DJ Red Alerte os grupos De La Soul e Jungle Brothers, esses dois últimos, integrantes do coletivo Native Tongues.
Para dar a perspectiva dos fãs, o documentário conta com depoimento de algumas celebridades como Pete Rock, Large Professor Pharrel Williams, Beastie Boys,The Roots, Common e Mos Def.
O material de bastidores revela também os problemas de saúde de Phife Dawg e como era – e continua sendo – tênue a sua relação com Q-Tip. A diferenças entre os dois contribuiu para a deterioração da incrível química que eles tinham, o que levou ao fim da banda e torna incerta uma possível retomada.
A trilha sonora é um capítulo à parte em se tratando de A Tribe Called Quest. Durante todo o documentário, você ouvirá os principais títulos da carreira do grupo, um dos primeiros a fazer a célebre mistura de Hip Hop com Jazz. Complementando, a música adcional fica por conta do não menos competente, produtor e multi instrumentista, Madlib.
Sem dúvidas, o A Tribe Called Quest é um dos grupos mais relevantes das últimas décadas e transcendeu gêneros e rótulos. Mesmo 13 anos após o rompimento, suas eventuais turnês lotam estádios o que evidencia a força que o grupo tem e a falta que faz pro cambaleante Hip Hop atual. Se você não assistiu as exibições na última Mostra, nem tudo está perdido, resta o download pago do título na loja do itunes. E ainda emociona aquele menino de 20 anos atrás.
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