Baianos e baianos de acarajé agora podem montar o próprio tabuleiro nas ruas do Rio de Janeiro sem pagar! Na sexta-feira (3), a Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, certificou 25 profissionais, onde reconhece as habilidades para exercer o ofício, de acordo com os modos tradicionais.
Em cerimônia aberta, o evento para entrega de certificados foi realizado no pilotis do Museu de Arte do Rio (MAR), pelo Bloco Afro Lemi Ayò. Além do documento, os vendedores de acarajé no Rio receberam a TUAP – Isenção de Taxa de Uso de Área Pública -, permitindo que os mesmos possam exercer o seu ofício amparados pela lei. A Secretaria Municipal de Ordem Pública é parceira na iniciativa.
Notícias Relacionadas
“Aquilombar é preciso”: Festival Gastronomia Preta celebra a culinária preta e fortalece empreendedores no Rio
Chef João Diamante explora conexões entre culinárias brasileira e boliviana em feira gastronômica na Bolívia
Alex Vieira, o Pai Pexa, veio da Baixada e há 2 anos e meio tem servido seu acarajé em eventos particulares, mas nunca nas ruas. Com a certificação em mãos, vai levar seu tabuleiro para o Aterro, na altura do posto 3, durante os fins de semana. “Agora temos um documento que comprova e nos legitima para trabalhar nobremente e não ter que pagar para trabalhar, na grande maioria dos eventos particulares a gente tem que pagar para poder participar.”
“O que é muito especial para a cultura carioca é que a gente identificou mais de 25 baianos e baianas do Acarajé, junto com a Secretaria Municipal de Ordem Pública. Esses profissionais agora vão poder realizar seu ofício com amor, dignidade e respeito, sempre olhando com a visão da cultura, da identidade”, diz o secretário municipal de Cultura, Marcelo Calero. “Toda a força ancestral e o legado vêm juntos”.
“Um dia de resistência, se pudesse definir em uma palavra. Diante de tantas desigualdades, as baianas mostram a importância de ocupar a cidade de forma cultural e simbólica, organizada”, comentou o secretário municipal de Ordem Pública, Brenno Carnevale.
A SMC prevê ainda a elaboração de projetos e o estabelecimento de parcerias com o objetivo de qualificar e expandir a cultura da comida de tabuleiro, possibilitando o conhecimento, a democratização, o resgate e a manutenção do valor histórico, cultural e gastronômico das baianas do acarajé.
Em outubro de 2023, o acarajé se tornou patrimônio de valor histórico e cultural do Estado do Rio de Janeiro.
Notícias Recentes
Lançamento de “Aspino e o boi” leva memórias quilombolas à literatura infantil
Novembro Negro | Seis podcasts e videocasts apresentados por mulheres negras para acompanhar