A cientista Nina da Hora decidiu movimentar uma vaquinha virtual para viabilizar o projeto de uma livraria antirracista. O projeto já fazia parte dos planos de Nina, mas foram antecipados após um episódio de racismo sofrido por ela na última semana, na Livraria da Travessa, no Rio de Janeiro.
Nina, no entanto, reafirma que a iniciativa não é a primeira envolvendo a venda de livros e a questão racial. “Eu tô realmente disposta a levantar uma livraria sim mas não será a primeira livraria feita por pessoas negras. E jamais poderia ganhar esse rótulo e concordar com isso”, disse a cientista, que aproveitou a oportunidade para divulgar outras iniciativas comandadas por pessoas negras.
Entenda o caso — Na última quinta-feira (3), Nina foi com a irmã à Livraria da Travessa, quando foi seguida por segurança da loja, que chegou a impedir a cientista de ler no estabelecimento, cujo slogan é “entre, leia e ouça”. Quando foi falar com a gerente da loja, foi questionada sobre onde morava.
“Eu tive que falar o valor que eu gastei da última vez que foi alto e depois falar com a gerente. Agora, a gerente disse que ia conversar com ele, mas registrando, pois imagina só me constranger a ponto de não me deixar fazer uma das coisas que mais amo, que é ler. Gente, a primeira pergunta que a gerente me fez foi onde eu morava. Esse é o nível”, desabafou.
Em nota, a Livraria da Travessa disse que “não compactua com nenhuma prática discriminatória de qualquer natureza”. De acordo com Nina, a conversa com a loja “foi pior” do que a nota emitida.
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