A saída do ministro Silvio Almeida da liderança do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, em meio a acusações de assédio moral e sexual, gerou comoção na comunidade negra e abriu uma lacuna importante no governo Lula. A expectativa agora é que o presidente escolha outro nome negro para o cargo, mantendo o compromisso de um governo diverso e comprometido com a luta contra as desigualdades raciais no país.
Entre os nomes cotados estão o da deputada estadual por Minas Gerais, Macaé Evaristo, e o do ativista e educador Douglas Belchior, também conhecido como Negro Belchior. Ambos têm forte ligação com a pauta racial e são considerados por setores do PT como candidatos capazes de liderar a pasta neste momento delicado.
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Segundo a jornalista e analista política Basília Rodrigues, a comunidade negra precisa transformar o sentimento de luto deixado pela saída de Almeida em um esforço de reconstrução, com a indicação de uma nova liderança que não seja apenas um símbolo de diversidade, mas que assuma a responsabilidade de continuar a luta contra as desigualdades raciais no Brasil.
Defensores de Macaé Evaristo, que é professora desde os 19 anos e tem uma trajetória acadêmica sólida, veem sua indicação como uma forma de dar continuidade ao trabalho na defesa dos direitos humanos, especialmente no contexto das desigualdades raciais. Por outro lado, a possível indicação de Douglas Belchior enfrenta resistências dentro do próprio partido, apesar de sua proximidade com Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial.
Enquanto o governo não toma uma decisão, a pasta está temporariamente sob o comando de Esther Dweck, ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, que assumiu a função interinamente após a demissão de Silvio Almeida na última sexta-feira (6). A ex-ministra Maria do Rosário também teve seu nome ventilado, mas está focada em sua campanha para a prefeitura de Porto Alegre.
O desenrolar dessa escolha será decisivo para a continuidade das políticas de direitos humanos no país e para a representação da comunidade negra no governo Lula.
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