Um estudo inédito lançado pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), na última terça-feira, 16, apresenta um panorama sobre a conectividade no Brasil, revelando disparidades significativas na qualidade da conectividade entre negros e brancos. Além disso, os dados apontam que apenas 22% dos brasileiros com mais de 10 anos de idade desfrutam de condições satisfatórias de conectividade.
O estudo, intitulado “Conectividade Significativa: propostas para medição e o retrato da população no Brasil”, analisou variáveis como custo da conexão, diversidade de dispositivos, tipo e velocidade de conexão e frequência de uso da internet. Os resultados revelam que as condições de acesso são particularmente desfavoráveis para grupos historicamente minorizados, como pretos e pardos, que de acordo com o IBGE formam o grupo de negros, o recorte de gênero também mostrou condições desfavoráveis para mulheres, além de indivíduos das classes sociais mais baixas e residentes das regiões Norte e Nordeste.
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Enquanto 32% dos brancos estão na faixa mais alta de conectividade significativa, apenas 18% dos pretos e pardos compartilham dessa condição. Da mesma forma, as desigualdades se refletem nas classes sociais, com 83% da classe A desfrutando da melhor faixa de pontuação, em contraste com apenas 1% das classes D e E.
Quando se trata de disparidades regionais, o Norte e Nordeste apresentam as piores condições de conectividade. Apenas 11% dos habitantes do Norte e 10% do Nordeste estão na faixa mais alta de pontuação, em comparação com 27% e 31% nas regiões Sul e Sudeste, respectivamente.
O estudo também destaca a importância de considerar a interseccionalidade das desigualdades, como gênero e faixa etária. Embora a prevalência de usuários de internet no Brasil não mostre grandes diferenças entre homens e mulheres, a análise combinada de indicadores revela condições de conectividade mais precárias para as mulheres. Além disso, os idosos são particularmente vulneráveis à exclusão digital, com 61% dos brasileiros com 60 anos ou mais apresentando os scores mais baixos de conectividade significativa.
Apesar de alguns avanços na redução das disparidades ao longo dos anos, o estudo ressalta que o progresso ainda é insuficiente para atender às necessidades da população. Para Graziela Castello, coordenadora de estudos setoriais no Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, políticas públicas devem ser orientadas para garantir um acesso equitativo à internet, levando em conta as diversas realidades sociais, econômicas e territoriais do país.
Fonte: Agência Brasil
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