Entrevista: Kelly Baptista
Andreza Maia é uma mineira da periferia de Contagem, co-fundadora do observatório de futuros inclusivos Futuros Possíveis, especialista em inovação inclusiva, Linkedin Top Voice e Creator.
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Palestrante, influencer corporativa e uma das vozes mais relevantes nas temáticas de inclusão no Brasil, que só no último ano impactou mais de 6 milhões de pessoas.
Com mais de uma década de experiência em RH, Andreza atuou em várias das mais relevantes empresas do Brasil. Hoje, é especialista sênior na maior foodtech da América Latina, mentora de carreira e conselheira em empresas de tecnologia. Seu propósito é de construir ambientes mais diversos, contribuir para práticas mais inclusivas e encurtar distâncias através do conhecimento.
Conheça um pouco mais sobre a Andreza nesta conversa.
O Brasil é taxado como um dos países mais desiguais do mundo, e temos vivido ondas recentes de ESG (Environmental, social and Governance) e diversos novos temas sobre sustentabilidade que muitas vezes não chegam ao grande público. Como trazer os temas de diversidade e inclusão de forma acessível e descomplicada?
Com intencionalidade. É muito mais confortável informar quem pensa igual a gente. Acessibilizar informação e desburocratizar narrativas, requer intencionalidade e foco. O famoso ‘’querer’’.
Ter uma escrita mais acessível, evitar jargões internacionais e referências que só uma parte da população tem acesso já é uma excelente iniciativa. Mas para além disso, é preciso pensar onde estes conteúdos são divulgados. Vivemos um Brasil onde mais de 33 milhões de pessoas não têm acesso à internet todos os dias, entende? A mesma informação que chega nos canais que falam pra quem já entende do assunto, precisa chegar também ao jornalzinho do bairro, ao programa de rádio e ao mural da escola pública.
Como co-fundadora de uma plataforma denominada Futuros Possíveis, que tem foco em comportamento, tendências, tecnologia e possibilidades, além de frentes de atuação nas áreas de pesquisas exclusivas, curadoria de conteúdos, eventos e experiências onde futuros são discutidos a partir de perspectivas diversas e inclusivas, como você enxerga a inclusão dos grupos minorizados no mercado de trabalho?
É algo crucial, estas ações promovem iniciativas com foco em equidade e inovação. Não é apenas uma questão de justiça social, é o entendimento de que não dá pra criar produtos para todas as pessoas sem considerar as mais diversas percepções. Além disso, não é somente contratar, a inclusão é criar um ambiente em que estes grupos se sintam pertencentes e sejam protagonistas.
No Futuros Possíveis, uma das frentes que usamos para democratizar o papo sobre inovação e tendências é o nosso podcast. Trazemos pessoas diversas para protagonizar estes debates. Na primeira temporada, discutimos o futuro do trabalho, na perspectiva de várias pessoas entrevistadas, incluindo mulheres negras e trans. Nossa segunda temporada, vai falar sobre o futuro do trabalho no contexto da cidade, ela é ainda mais diversa, de uma forma interseccional.
Além disso, nossa missão inclui promover debates e manifestos para um futuro mais inclusivo, mas queremos que pessoas impactadas por estes cenários participem da conversa. Vamos gerar inteligência sobre e ajudar a mídia a tornar estes debates mais acessíveis. Este é só o começo da nossa atuação, que esperamos que tenha um impacto significativo e abrangente.
Hoje você também tem um trabalho de mentorar, encorajar e capacitar mulheres para processos seletivos, como você estimula essa coragem em mulheres que muitas vezes estão em um processo de baixa autoestima?
Inicialmente, sem romantizar. Porque, por mais que a frase “se você quer você consegue’’ seja inspiradora, pra gente, não é bem assim que funciona, né? É super difícil acreditar que você pode, quando diversos fatores te dizem o contrário.
Mentoria é um processo de muitas perguntas, e geralmente as primeiras que faço são: “O que é sucesso para você? E felicidade?’’ Porque às vezes a baixa autoestima vem daquele emprego super legal que todo mundo tem e eu não. Mas é possível que eu consiga estar naquele mesmo emprego e ainda sim não seja feliz.
E por último, tem um ponto muito importante que é compartilhar as minhas vivências, dificuldades e aprendizados. A gente sonha, com o que a gente vê, e se elas me veem como referência, quero ensiná-las a sonhar também!
Instragram: https://www.instagram.com/euandrezamaia_/
Linkedin https://www.linkedin.com/in/andreza-maia/
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