Em maio, a defensora pública aposentada Cláudia Alvarim Barrozo foi flagrada em vídeo chamando dois entregadores de ‘macaco’ durante uma discussão na frente do condomínio onde ele foi fazer uma entrega, em Niterói, no Rio de Janeiro. Meses depois do ocorrido, a mulher foi à delegacia registrar queixa de injúria contra uma das vítimas, alegando que recebeu xingamentos machistas e sexistas.
O registro da ocorrência foi realizado nesta semana, na delegacia de Itaipu, também localizada em Niterói. A defesa da mulher, que está sendo acusada de injúria racial, adotou a estratégia de que ela também teria sido vítima de xingamentos durante a discussão com os entregadores.
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“O que aconteceu é que ele começou a me ofender, a me xingar, ofensas sexistas, machistas. A discussão não acabava nunca, não acabava nunca, até que ele começa a me estimular a chamá-lo de macaco, ele começa a estimular essa situação e me levou ao limiar”, disse Alvarim em entrevista à GloboNews.
Ao ser questionada pelo repórter se era racista, Claudia Alvarim Barrozo negou: “De modo algum. Tenho familiares negros, funcionários negros, pessoas que trabalham na minha casa, de maneira alguma”, declarou.
A mulher não compareceu a nenhum depoimento em que foi chamada durante a investigação. No mês de junho, Alvarim foi denunciada pelo Ministério Público por injúria racial e deixou de cumprir o acordo de não persecução, além de não ter pago indenização às vítimas, conforme previsto pela justiça.
Joab Gama de Souza, advogado das vítimas, afirma que a mulher deve responder agora por um novo crime. “Ela confessou formalmente perante autoridade judiciária, perante o Ministério Público e devidamente assistida pela sua defesa. Ela irá, mais uma vez, responder por um outro crime, só que dessa vez por denunciação caluniosa”, declarou em entrevista.
Relembre o caso
Em maio deste ano, a defensora pública aposentada Claudia Alvarim Barroso foi flagrada agredindo com insultos racistas o entregador Eduardo Pessanha Marques, em um condomínio de luxo em Niterói, no Rio de Janeiro. O vídeo em que a mulher aparece xingando o homem de macaco ganhou repercussão nas redes sociais.
Segundo Jonathas Mendonça, assistente de Eduardo, por volta de 15h30, eles estavam no condomínio para deixar uma encomenda e estacionaram em frente à casa da defensora pública, local da entrega. Ela teria pedido para que eles retirassem o veículo para sair com seu carro, mas Jonathan não sabe dirigir, e explicou que o motorista, que estava fazendo entrega em outra casa, já estaria de volta.
“Ela então começou a ofendê-lo, o chamando de ‘otário, babaca e idiota’ e ainda jogou uma pedra na van e tentou quebrar o retrovisor”, disse Joab Gama, advogado que representa as vítimas em entrevista ao UOL. Segundo o advogado, foi neste momento que o motorista voltou e a situação se agravou.
“Ele pegou o celular para gravar, porque ela estava jogando objetos na van. Para ele se resguardarem caso o veículo sofresse algum dano, ele gravou. Quando ele começou a gravar a senhora, que é uma defensora pública aposentada, o chamou de ‘macaco’. Agora estamos acompanhando as investigações”, disse.
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