“A gente não pode banalizar nem normalizar a perversidade que é esse momento, que é o como se dá esse crime”. Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial e irmã de Marielle Franco, usou suas redes sociais para um desabafo após a prisão dos três suspeitos de serem mandantes do assassinato da vereadora e seu motorista Anderson Gomes, neste domingo, 24, seis anos após o crime que acontecem em março de 2018.
A Polícia Federal (PF) desencadeou uma operação na manhã deste domingo (24) que prendeu, em caráter preventivo, os irmãos Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio. Segundo informações divulgadas pela PF eles seriam os “autores intelectuais dos crimes de homicídio”.
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“Eu tô indignada, eu tô triste, eu tô chateada, eu tô com raiva. (…) após assistir a coletiva e ter acesso a alguns pedaços da investigação, com o sigilo sendo quebrado, a gente tá aqui com algumas reflexões importantes desse momento difícil pra família de indignação, de raiva, de revolta. A gente não tá surpresa como a maneira que esse crime se deu, mas a gente tá surpresa como que isso foi arquitetado”, comenta Anielle
Para ela, uma das principais motivações dos assassinos era o foco que Marielle tinha no bem-estar coletivo e justiça social.” É inadmissível uma vereadora ser assassinada com cinco tiros na cabeça porque defendia uma justiça social de qualidade, defendia interesses coletivos, ser assassinada por uma pessoa que pensava em seu benefício próprio apenas e não estava nem aí para o coletivo. A gente não pode banalizar nem normalizar a perversidade que é esse momento, que é o como se dá esse crime. A gente não pode”.
A Ministra ainda reforça a importância da democracia no combate ao crime. “É por isso que é tão importante falar e defender uma democracia robusta, firme, de qualidade porque são em lugares onde as pessoas deveriam estar cuidando da população, cuidando dos interesses coletivos e não cuidando de mandar matar ou zombar de uma mulher que foi assassinada ou fazer falas como a que eu ouvi de um deputado agora no ano passado de 2023 que a morte chegaria pra mim, assim como chegou pra minha irmã, porque eu defendo o coletivo, justiça social e os mais vulneráveis desse país”.
“Eu estou indignada, eu estou triste, eu estou chateada, eu estou com raiva, Tô surpresa com muitas das informações que saíram hoje, mas também tô cada vez mais certa de que a gente tá no caminho correto, no lado certo da história, lutando por esse país, lutando por quem mais precisa e, sim, defendendo o legado e a memória de Marielle, que não merecia, assim como ninguém, ser assassinada da maneira que foi”, finalizou Anielle.
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