O G20 Social começou nesta quinta-feira (14), na região portuária do Rio de Janeiro, trazendo à tona discussões urgentes sobre dois tipos de racismo: o algorítmico, presente nas novas tecnologias, e o ambiental, que se reflete na falta de políticas para as comunidades mais vulneráveis. Em um cenário de galpões e armazéns, o evento, que se estende até o próximo dia 16, reúne movimentos sociais e ONGs para debater temas de justiça social, antecedendo a cúpula do G20.
Com mais de 270 atividades autogestionadas, um dos debates mais impactantes do dia girou em torno do racismo algorítmico. Na mesa organizada pelo Instituto Internacional sobre Raça, Igualdade e Direitos Humanos, Alexandra Montgomery, da Anistia Internacional Brasil, questionou o uso de algoritmos que afetam desproporcionalmente pessoas negras e de comunidades marginalizadas. “Esses sistemas de reconhecimento facial acabam tornando as pessoas negras alvos ainda mais vulneráveis, com erros frequentes de identificação que reforçam o racismo estrutural”, detalhou.
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Pablo Nunes, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), foi direto ao apontar que o reconhecimento facial falha mais ao identificar pessoas negras, o que gera consequências graves, principalmente no Brasil, onde a segurança pública já discrimina essa população. “A tecnologia que já é falha para identificar negros se junta a uma estrutura de segurança que os vê como principais suspeitos, e isso precisa ser questionado”, completou.
Outro debate essencial abordou o racismo ambiental, especialmente no contexto das mudanças climáticas. Representando o coletivo Confluência das Favelas, Luzia Camila trouxe relatos de comunidades em Macapá, Manaus, Rio de Janeiro, São Paulo e Recife, destacando como as periferias são as mais afetadas por eventos extremos como enchentes e ondas de calor. “Essas áreas não recebem políticas de urbanização ou adaptação climática adequadas. O resultado é que a população negra acaba pagando o preço dessa injustiça ambiental”, destacou Luzia.
O G20 Social segue até o dia 16, oferecendo um espaço de voz para que a sociedade civil possa discutir e propor soluções para os desafios globais, com um olhar voltado às questões raciais e sociais.
*Com informações da Agência Brasil
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