Em um mundo eurocentrista, recebemos muitas informações de moda de marcas francesas e italianas, porém nem todas elas servem para nós. Pelo simples fato, de que somos latino-americanos, brasileiros.
Vivemos em um lugar onde o clima, a cultura, e os hábitos não são os mesmos que os deles. E isso não quer dizer que um é melhor ou pior que o outro, mas diferentes. Então, por que devemos continuar consumindo apenas a moda europeia ou norte americana, quando temos tantos nomes talentosos produzindo coisas incríveis por aqui? E como parte da celebração para o Julho das Pretas (mês da mulher negra, latino americana e caribenha), separamos algumas notáveis contribuintes para o mundo da moda, que você precisa conhecer.
Notícias Relacionadas
Met Gala 2025 reúne Pharrell, LeBron e Hamilton e nomes da moda e cultura
Pesquisa revela que 70% das mulheres negras se sentem pressionadas a alisar o cabelo
Goya Lopes: Originalidade é uma das coisas que com certeza pode definir uma peça criada pela baiana, uma das grandes pioneiras da moda afro no Brasil. Desde 2010 á frente da marca Goya Lopes Design Brasileiro, ela traz muita cor, estampa, e arte em suas roupas. Sobre seu trabalho, Goya declara: “Ao longo da minha carreira artística e profissional de design construí uma plataforma sedimentada, caracterizada pela identidade, diferenciação e versatilidade, criando um trabalho autoral, que a cada dia se envolve nas mudanças e na dinâmica do mercado que oferece diversas possibilidades; mudanças e dinâmica que demandam uma constante inovação e experimentos.” Em seu currículo, Goya tem alguns trabalhos de destaque como a criação de estampas para a coleção da Ivete Sangalo para a Grendene.
Relevo Store: A Marca que é comandada pela designer Juliana Pinto, administrada por Thiago Pinto e tem como modelo Camila Caetano, é algo que todas as marcas deveriam ser: Preocupada com o meio ambiente. Nesse caso, a preocupação se transformou em ação quando eles decidiram, nada mais nada menos, que criar roupas feitas de… guarda chuva! Algo que é normalmente descartado na natureza. E se engana quem pensa que peças de Upcycling (reutilização de maneira criativa), não podem ser bonitas, a Relevo Store prova completamente o contrario.
Carol Barreto: A estilista de Santo Amaro, foi ninguém menos que a primeira brasileira a participar da Black Fashion Week de Paris. Em suas passarelas, a baiana gosta de levar a raiz da moda brasileira livre de estereótipos. Além disso, suas criações compreendem a complexidade da moda como algo social, diferente do que muitos leigos podem pensar. Carol Barreto, consegue dialogar a moda com assuntos como feminismo, e luta antirracista provando que se vestir é um ato politico.
Rihanna: Além de cantora, compositora e atriz, Rihanna também é uma empresaria de mão cheia. A sua marca Fenty (que é o sobrenome da caribenha, Robyn Rihanna Fenty), vende produtos de beleza, maquiagem, e também roupas. Em 2018,o ícone fashion, ganhadora de prêmios como o CFDA Fashion Awards, lançou uma linha de lingeries intitulada ”Savage X Fenty” que estreou na tão cobiçada passarela da Semana de Moda de Nova Iorque. A linha foi elogiada pelo público, por ser pensada em diversos tamanhos e tons de pele. No ano passado, em setembro, outro desfile da marca ganhou a atenção do público por ter apresentações musicais de nomes como A$AP Ferg e Big Sean, além de aparições como Alex Wek, Laverne Cox, Normani e 21 Savage.
Naya Violeta: ”Moda autoral, afro afetiva e feita no cerrado goiano”. É assim que a marca fundada em 2007, se descreve. Comandada pela estilista e afro-empreendedora goiana Naya Violeta, a marca foi pensada quando Naya notou a falta de representatividade afro brasileira na moda. A grande maioria das coisas que consumimos não são feitas por nós ou para nós. E foi isso que ela decidiu mudar.
Negrif: A marca, tem como designer Mada Negrif. Influenciada pela mãe e inspirada pela mulher do dia a dia, a mãe, profissional e estudante, ela afirma que tudo começou com um desejo que tinha em se vestir bem, com roupas que valorizassem seu corpo. Mada, fundou sua marca em 2001, em Salvador com o objetivo de explorar a moda no seu sentido cultural usando em suas criações elementos de valorização da cultura afrodescendente e entregando peças com beleza, conforto e elegância.
370: Comandada por Gláucia Rodrigues, ao lado da mãe e da tia, a marca tem um ponto positivo muito interessante: O uso de tecidos sustentáveis provenientes de garrafa PET para produzir roupas confortáveis para usar no cotidiano. As três foram influenciadas pela avó de Gláucia, que era costureira de bairro.
Avesso Store: A marca independente carioca, de Petrópolis, foi fundada com o intuito de entregar uma moda artística e customizada feita a mão em peças unissex. As criadoras, são Anna Bernardo e Gabrielle Alves de 20 anos. Elas também são as modelos, pintoras das artes e designers das roupas. Elas também contam com a ajuda de de mais pessoas para compor a equipe, como a modelista Claudete Bernardo de 54 anos e a costureira Claudia Bernardes de 56.
Notícias Recentes
Lançamento de “Aspino e o boi” leva memórias quilombolas à literatura infantil
Novembro Negro | Seis podcasts e videocasts apresentados por mulheres negras para acompanhar