Recentemente reconhecido com títulos de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Sul da Bahia e Unicamp junto ao grupo Racionais MC’s, o rapper Mano Brown falou sobre como as honrarias universitárias ainda são uma novidade para ele, durante entrevista à revista GQ de dezembro/janeiro.

“Doutor, mano! Nunca mais posso ser pego com maconha; documento do carro não pode atrasar e, se alguém me xingar, não posso revidar. É a minha vida tomando uma direção que ainda não conheço. Precisarei aprender a viver assim. Vou melhorar diariamente para honrar esse prêmio, porque isso não é brincadeira. A minha vida mudou e não quero errar”, disse o eleito ‘Ícone do Ano‘ no ‘Men Of The Year 2023‘, da GQ.

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Em reflexão sobre a trajetória de 35 anos no rap, Mano Brown relata as mudanças que ocorreram, inclusive com ele. “Recebo críticas de evangélicos, bolsonaristas e até amigos que envelheceram e acabaram caretas. Mas é isso, as pessoas mudam. Eu também mudei, porque se continuasse com o pensamento de quando tinha 20 anos não teria chegado nem aos 30, muito menos aos 53”, diz. “Não sou o Brown de 30 anos atrás. Carta de alforria foi assinada em 1888. E não vem apontar o dedo dizendo que me vendi para o sistema”, destaca.

Para Mano Brown, todo o reconhecimento é uma conquista coletiva “que inclui todo o movimento do rap”. “Essa é a luta dos Racionais, do Sabotage, do Facção Central, do MV Bill, do Dexter, do RZO, do Djonga, do Emicida e de tantos outros. O nosso maior prêmio; o resto é disfarce e teatro. Roupa da Louis Vuitton, Gucci, isso vira entretenimento, mas não a finalidade. Precisamos colocar o nosso povo no caminho do conhecimento, porque essa é a riqueza que vai nos libertar”, afirma.

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