No Marielle Presente, onde está a iya agbá Marielle?

Por Roger Cipó Creator-Youtube
Arte: @evermontt

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Agora, não falarei sobre a branquitude que está ai monetizando com o cruel assassinato de uma das mulheres negras mais importantes da história do Brasil. Foi Sueli Carneiro (bota a mão no chão e na cabeça! – Já conto isso) que ensinou que entre a esquerda e direita, continuamos pretos, logo, é comum que setores da esquerda usem do assassinato para vender. Nada novo. Mas, gente, aqui em casa, na nossa comunidade Preta, onde está Marielle, ou é só no grito que já figura camisas e canecas, pelo mundo?

Quando eu falo que nos falta candomblé, nos falta empretecer nossa permanência nesse mundo, falo que se atenção e cuidado ao nosso legado ancestral fosse premissa, Marielle não estaria na boca de qualquer um. Não evocaríamos uma ancestral para qualquer discurso que precise surtir efeito diante da branquitude que a matou.

Quando uma pessoa preta importante falece, se torna ancestral, e Marielle é nossa Mãe Ancestral (Iya Agba), é a força que mantém viva seu povo. Evocamos ancestral somente em momentos sérios, que precisamos de ajuda, uma consulta para melhor caminhar, para solucionar problemas das nossas comunidades.

Ancestral é força poderosa, por isso, ao dizer o nome de alguém muito importante, levamos a mão no chão (saudemos Onile, a Terra) e na cabeça, em reverência e pedido de licença. São valores que aprendemos com a própria ancestralidade. E depois de ancestral, nós não temos dimensão da força que aquela vida ganha. Talvez, por isso a @xeniafrancacantou: por que tu me chamas se não me conhece?

Fôssemos alinhados, as escolas de samba,   “tão” fechadas com o terreiro, faria cada um seu jogo de Búzios, com a presença da família de Marielle e perguntaria a ancestral se a homenagem poderia acontecer. Isso impediria, por exemplo, que o vice da mangueira respondesse que “família é quem morava com ela”, ao ser questionado da ausência do pai, mãe, irmã e filha, no desfile. Mas é que, ainda, nos falta empretecer, nos falta cuidado aos símbolos, nos falta responsabilidade com ancestralidade. E nessas faltas todas, a branquitude segue monetizando com nosso extermínio.

A revolução é ancestral. Bota fé

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