O congolês Felix Kaputu completou um ano de residência no Brasil como primeiro escritor refugiado acolhido pelo país, por meio da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Nesta quarta-feira (15), ele é o convidado do ciclo de debates internacional, que acontece no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro.
O ciclo “A palavra fora do lugar: escritores refugiados e em risco” discute temas como: efeito do bilinguismo na escrita de autores levados ao afastamento compulsório do país natal; diálogo entre tradições literárias; confronto, no processo criativo, entre territórios físicos, culturais e linguísticos; conexão com a condição humana, em sua solidão; engajamento político.
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Kaputu vem mediante acordo com o ICORN (órgão internacional criado por Salman Rushdie, do “Versos Satânicos” e outros), para proteger escritores em risco), em convênio com Casas Brasileiras (Cabra). Ele passou 12 anos de exilado de sua terra natal, a República Democrática do Congo, onde esteve preso. A ideia é que a vinda dele desperte o interesse de outras instituições em acolher artistas em risco, são cerca de 1000 cadastrados.
Felix é pesquisador sobre África, em particular no campo da opressão em relação às mulheres, HIV e religião comparada. Foi detido ilegalmente, sendo solto após pressão da Anistia Internacional, da comunidade acadêmica internacional e da imprensa, decidiu deixar o país em 2006. É também professor universitário, escritor, doutor em Literatura Inglesa e Literatura Comparada, e atualmente encontra-se como residente na UFMG, devido ao acordo da universidade com a International Cities of Refuge Network (Icorn), uma rede de cidades e regiões que acolhe escritores e artistas refugiados que sofrem com a falta de liberdade de expressão em seus países de origem.
Escritor de livros acadêmicos e de ficção, já publicou Power: exquisite meat! (Xlibris, 2011), Jo-Mary: black free Slave (Xlibris, 2010) e K-Triangle de la mort: descente aux enfers (Presses Universitaires du Nouveau Monde, 2013). Além de falar onze línguas, o congolês já esteve em diversos países e universidades. Lecionou na New York State University, ao pesquisar aids e gênero, e em Tóquio e Kioto atuou em estudos de xamanismo e religiões africanas e japonesas, enquanto no Massachusetss College of Artsand Design ministrou aulas de literatura, filosofia africanas e arte.
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