Motivado por entender quem são as mulheres negras que atuam no campo da tecnologia no Brasil, o Olabi, organização social criada em 2014, que democratiza a produção de tecnologia em prol da diversidade, lançou o estudo Pretalab, levantamento que traz entrevistas, dados, vídeos, histórias e um panorama geral do Brasil sobre representatividade de gêneros e raças no universo da inovação. O conteúdo pode ser acessado no link www.pretalab.com.
Com um mapeamento criado pela Olabi, a partir de um formulário respondido pelas entrevistadas de forma online, em quatro meses, 570 histórias de mulheres negras e indígenas de 17 a 67 anos, das cinco regiões do país, foram coletadas. Mesmo com as reclamações sobre racismo, machismo no ambiente de trabalho, falta de referências e em quem se inspirar, dificuldade de acesso a ambientes de ensino e aprendizagem, as participantes se mostraram entusiasmadas em ocupar cada vez mais espaços nessa área.
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O estudo apresenta dados da realidade feminina dentro desse mercado: 20% das entrevistadas conheciam alguma iniciativa que ligava mulheres negras à tecnologia; apenas 22% entraram na área por meio de centro formal de ensino (como escola técnica e universidade); e pouco mais da maioria, 52%, acredita que a internet, grupos informais de apoio ou outras formas autodidatas são o melhor caminho para aprender assuntos ligados à tecnologia.
A diretora do Olabi e coordenadora do Pretalab, Silvana Bahia, reforça que “democratizar o acesso às tecnologias não é sobre ampliar o consumo, mas sobre a possibilidade de criar as aplicações. Se as mulheres negras não estiverem nesse processo, se não existirem ações para que elas estejam nesse processo, vamos perder totalmente nosso poder de integração no mundo“.Para ela, a ausência de mulheres negras e indígenas nos espaços voltados para área de tecnologia e inovação está ligada diretamente a dois fatores: acesso e falta de referência.
“Quase tudo relacionado a esse campo é caro, em inglês e são raras as políticas (públicas ou privadas) destinadas ao nosso ingresso e permanência nesses espaços. A falta de referência é outro fator determinante: se ser uma mulher nas tecnologias já é um desafio, imagina para nós, negras. A ausência de referências positivas sobre mulheres negras e indígenas é uma questão social que perpassa não apenas o mundo das tecnologias, mas os mais variados campos profissionais e de poder“, afirma.
Para mais informações sobre a organização, acesse o site http://www.olabi.org.br.
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