MP-SP pede aumento de pena para agressores do humorista Eddy Júnior em caso de injúria racial e ameaça

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MP-SP pede aumento de pena para agressores do humorista Eddy Júnior em caso de injúria racial e ameaça

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) recorreu à Justiça paulista para que os agressores do humorista Eddy Júnior tenham suas penas aumentadas. Elisabeth Morrone e seu filho, Marcos Vinicius Morrone, foram condenados em 26 de fevereiro por injúria racial e ameaça, respectivamente, quase três anos após os crimes ocorrerem. A promotoria argumenta que a sentença não considerou todos os agravantes do caso, como os danos psicológicos sofridos pela vítima.

Elisabeth foi condenada a 1 ano e 2 meses de prisão em regime aberto pelo crime de injúria racial, após chamar Eddy Júnior de “macaco”, “ladrão” e “sujo”, além de 1 mês e 5 dias de detenção por ameaça. Já Marcos Vinicius recebeu 2 meses de detenção, também em regime aberto, pelo crime de ameaça. A promotora Natália Rosalem Cardoso destacou que a condenação não levou em conta o impacto psicológico causado ao humorista, que precisou se mudar do prédio onde morava devido ao assédio constante dos agressores.

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O MP-SP também solicitou que a Justiça fixe um valor mínimo para reparação dos danos morais causados pelas ofensas raciais cometidas por Elisabeth. Segundo a promotoria, o pedido visa garantir justiça à vítima e reforçar a luta contra o racismo. Nas redes sociais, Eddy Jr. revelou os danos à saúde mental que sofreu depois de ter sido vítima do crime: “Infelizmente após o caso fiquei muito mal da cabeça. Precisei começar a me tratar, não consegui mais trabalhar. Tive que entregar o meu apartamento porque eu também não conseguia mais continuar morando lá. Me sentia muito mal. Tive que pagar uma multa gigantesca para entregar o apartamento. Com essa multa fiquei endividado, acabei ficando pior ainda”.

A defesa de Elisabeth e Marcos contestou a condenação, alegando que Marcos não poderia ter sido condenado devido a uma “anomalia mental” e que Elisabeth não usou termos racistas. O advogado José Beraldo afirmou que Elisabeth disse “caco”, e não “macaco”, e que um laudo pericial que comprovaria isso foi ignorado pelo juiz. Ele também criticou a condução do caso, classificando-a como “hostilidade” e afirmando que recorrerá da decisão.

Relembre o caso

No dia 18 de setembro de 2022, o humorista Eddy Jr. publicou um vídeo em suas redes sociais denunciando que estava sendo alvo de ataques racistas da vizinha Elisabeth Morrone no condomínio onde morava, na Barra Funda, região central de São Paulo. O humorista divulgou um vídeo em que a mulher se recusa a pegar o mesmo elevador que ele e aparece nas imagens xingando-o de “macaco, imundo, feio, urubu, neguinho, um perigoso que não merece morar aqui”.

Após a repercussão da publicação, novas imagens das câmaras de segurança do prédio foram divulgadas, e mostram o filho de Elisabeth, Marcos Vinicius Morrone aparecendo duas vezes durante a madrugada, na porta de entrada do apartamento de Eddy Jr., segurando uma faca e uma garrafa.

Mais de um mês depois do flagrante e sem prestar depoimento à polícia, a aposentada apresentou uma defesa, alegando que não se lembra da confusão porque estava sob efeito de medicamentos.

No início de 2024, Elisabeth Morrone e seu filho foram expulsos do condomínio na Barra Funda, Zona Oeste da capital, após processo movido pelo condomínio contra ela. A juíza Laura de Mattos Almeida, da 29ª Vara Cível, decretou a expulsão, estipulando um prazo de 90 dias para que deixem o local devido ao “comportamento antissocial”.

Na época, Eddy Jr. se manifestou nas redes alegando que a expulsão não significava uma vitória pessoal: “Quando aconteceu a parada e eu pedi ajuda do condomínio, o condomínio cag** pra mim”, afirmou. “Não tem po*** nenhuma de primeiro passo, de, mano, fogo nos racista, não foi nada disso que aconteceu. E o meu processo ainda tá na justiça, então tem que esperar. Então, parem de postar esse bagulho aí de vitória”, reforçou ele, lembrando que seu processo contra Elizabeth Morrone ainda corria na justiça.

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