A moda feita por criadores negros está mais uma vez na vanguarda da expressão cultural e da inovação com o lançamento de coleções que dialogam com a ancestralidade e a adaptação às mudanças climáticas. Na temporada primavera-verão, marcas autorais como Casa Apolinária e DMR Antoniê Demar trazem para o mercado peças que não apenas reverenciam a história, mas também respondem às necessidades de um clima cada vez mais imprevisível.
A Casa Apolinária lançou recentemente a coleção Matriarcas do Samba, uma homenagem às mulheres que foram fundamentais na criação e preservação do samba, um dos maiores símbolos da cultura popular brasileira. Inspirada nas “tias baianas”, cujas casas serviram de berço para os primeiros batuques e rodas de samba, a coleção celebra essas mulheres que, ao longo da história, mantiveram o samba vivo em seus quintais, tanto como intérpretes quanto como compositoras. As peças da coleção trazem uma estética que mistura força e delicadeza, honrando a resistência feminina no universo do samba.
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Enquanto isso, a DMR Antoniê Demar apresenta a coleção MESCLA, que aposta em tons quentes e tecidos de algodão, capturando a essência vibrante do verão. Com uma elegância sutil, a Antoniê Demar busca transmitir vitalidade e frescor em cada peça, propondo uma moda que flerta com a sofisticação sem perder a leveza característica da estação. A coleção MESCLA combina elementos que permitem transitar entre temperaturas, refletindo a versatilidade tão necessária em tempos de clima instável.
Essa adaptação climática é uma tendência crescente no setor da moda, com micro, pequenos e médios empresários investindo em coleções híbridas e tecidos inteligentes. As peças agora são pensadas para funcionar em dias quentes ou frios, possibilitando sobreposições nos momentos de maior frio ou o uso de camadas leves nos dias mais quentes. O inverno de 2023, considerado um dos mais quentes já registrados pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) e os recordes de altas temperaturas que temos alcançado este ano, destaca a necessidade de uma moda que se ajuste às variações climáticas.
Essas coleções não apenas reverenciam o passado e a cultura negra, mas também mostram como a moda autoral pode ser uma resposta criativa e sustentável às novas demandas ambientais. A primavera-verão 2024 é marcada pela fusão de história, estilo e adaptação, colocando a moda negra como protagonista dessa reinvenção.
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