Deslumbrante e apaixonante, o maior projeto afro-cultural do Nordeste, o “Vamos Subir a Serra”, com muito trabalho e organização chegou a 7ª Edição. Com ações em 9 dias de atividades, sendo de 10 a 15 de novembro em Maceió e de 16 a 18 na Serra da Barriga, em União dos Palmares, contou com atos bem planejados e executados com muito amor e respeito ao solo sagrado da Liberdade, valorizando a história e a cultura negra.
Uma celebração que passa pela emoção de pisar em solo onde Aqualtune, Akotirene, Dandara, Ganga Zumba e Zumbi viveram, lutaram e resistiram.
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A história da escravização no Brasil é uma história longeva e violenta. Ela é também a história da resistência a essa escravidão. Palmares tem um lugar especial e de representatividade, é um lugar de beleza única, mas sobretudo de uma ação negra.
Entre os séculos XVII e XVIII, negros, brancos e indígenas organizaram a República dos Palmares, que começou a se constituir em 1630, durante o período de lutas contra os holandeses. No século XVIII, estabeleceu-se na Serra da Barriga o Mocambo dos Macacos, sede dos Quilombos dos Palmares. A população chegou a ter 30000 pessoas que resistiram por mais de um século.
O projeto alagoano “Vamos Subir a Serra” é realizado pelo Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, vinculado aos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs), uma entidade do movimento negro alagoano com 17 anos de história. A palavra ”Anajô” é de origem africana e significa liberdade. O Anajô é constituído por educadores, artistas, jornalistas, produtores culturais, sindicalistas e estudantes. Trabalha de forma séria na formação e conscientização sobre a importância histórica e cultural do Quilombo dos Palmares e da Serra da Barriga. A sétima edição do projeto Vamos subir a Serra foi coroada de sucesso de público, com milhares de participantes e mobilização da comunidade negra alagoana.
O projeto foi pensado para ser um espaço de afro-empreendedorismo que mobilizasse artistas, artesões, donas de casa, homens e mulheres que tivessem algo para comercializar. No início, encontrar pessoas que se definissem como empreendedores era uma raridade. Este ano mais de 200 iniciativas foram contempladas.
Outro eixo do Projeto é o “Tambor falante”: debates, mesas de apresentação com temas que vão de educação antirracista à medicina tradicional, trazendo figuras locais e nacionais como por exemplo: o jornalista Manoel Soares, Barbara Carine a intelectual diferentona e o juremeiro Alex Gomes. Temas que agradam, mobilizam públicos de diferentes gerações.
O evento faz parte do calendário da Prefeitura de Maceió há nove anos e, neste ano, além de promover a igualdade racial e o combate ao preconceito, a campanha Maceió sem Racismo destaca artistas e afro empreendedores da capital.
Há que se destacar que a Fundação Cultural Palmares voltou a referenciar a Serra da Barriga como um dos marcos da história do Brasil.
O momento especial ocorreu no município União dos Palmares na subida na Serra da Barriga e pode estar no local onde foi o Quilombo dos Palmares, o maior quilombo das Américas, um lugar sagrado a ser visitado por todos os brasileiros, pois nos enche de orgulho pensar que nossos antepassados lutaram por liberdade.
Confira as fotos das ações realizadas na Serra da Barriga:
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