A potência da presença afro-brasileira na criação artística do país é celebrada no documentário “Tenho Fé”, que estreia nesta quinta-feira, 23 de novembro, no Mês da Consciência Negra. O documentário acompanha a jornada de artistas que celebram os orixás e a ancestralidade em suas obras, a fim de propor uma reflexão sobre o universo de culturas afro-diaspóricas. Os temas transitam entre o sagrado e o ancestral, pondo em emergência cotidiana no combate ao racismo e à intolerância religiosa. Com uma linguagem direta e simples, a produção é indicada para todos os públicos, independentemente de suas crenças.
De antropólogos do carnaval até sacerdotes, as encruzilhadas artísticas apresentam um amplo panorama da chamada “arte afro-brasileira”. Entre um vasto acervo de criadores e estudiosos, participam no documentário: o dramaturgo Rodrigo França; o antropólogo e Babalorixá Rodney William; os professores Babalawò Ivanir dos Santos e Helena Theodoro; o pastor Henrique Vieira; a coreógrafa Valéria Monã; a chef de cozinha Dadá; entre outros. O documentário foi apresentado na 47º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
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As câmeras passeiam por palcos de teatros, shows, desfiles de moda, convenções de quadrinhos e até festas populares, como as festas de São Jorge e Iemanjá. O objetivo é entender de forma descomplicada a mitologia dos Orixás e, sobretudo, compreender questões que nos motivam, nos angustiam e nos movem.
“O filme é uma grande interseção de talentos artísticos. Nossas câmeras acompanharam a jornada de artistas movidos pela fé nos orixás e pela ancestralidade. Visitamos do desfile icônico de Exu da GRES Grande Rio até a presença de Orixás como heróis em convenções de HQs, para entender a importância da contribuição afro-brasileira na formação da identidade nacional. O filme é sobretudo, um manifesto contra o racismo religioso”, afirma o diretor Rian Córdova.
“Como mulher de terreiro, preta e periférica digo:´Sinto, logo sou!. O filme, Tenho Fé, proporcionou a representatividade explícita de minha vida sagrada como sempre sonhei. Nós falando de, e, sobre nós. Motumbá”, diz Conceição Gomes, da Curadoria de Conteúdo.
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