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“Aconteceu de novo!”. A executiva e ativista Patrícia Santos, fundadora da EmpregueAfro, relatou mais um caso de racismo sofrido pelo seu filho de 12 anos, na EMEF Ângelo Raphael Pellegrino, de São Caetano do Sul, em São Paulo, nesta segunda-feira (02). A mãe solicitou a transferência de unidade escolar para a criança.
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“O segundo caso deste ano. [No] ano passado teve um, ano retrasado teve outro. São quatro casos de racismo, só com ele, nessa escola. O pior dessa vez não foi só a frase que ele ouviu. Ele estava se alimentando e o coleguinha disse para ele: ‘Nossa, Mateus, está comendo? Você nem parece africano’”, relata em vídeo publicado no Instagram.
“Nós não somos africanos, nós somos brasileiros, somos afrodescendentes, temos o direito de existir com os nossos corpos nessa sociedade racista. O colega que deve ter mais ou menos a mesma idade, ele sabe o que ele está falando. O problema dessa vez é que o meu filho está em sofrimento psíquico, ele chorou muito, revoltado, transtornado”, lamenta a mãe.
Em outro vídeo publicado pela Patrícia, com imagem de fundo abraçando seu filho, ela mostra os áudios recebidos pela criança após ter sido vítima de racismo novamente. “Por favor, mãe, me tira daquela escola, eu não aguento mais. Não importa para qual escola eu vá, só me tira do Peregrino. É muita dor de cabeça lá, é muito sofrimento. Eu não quero sofrer de novo. Eu preciso sair daquela escola”, desabafa em prantos.
Após a publicação desses vídeos, Patrícia reapareceu nos stories cerca de uma hora depois, informando que voltou à escola para tratar do assunto com equipe pedagógica. “A única professora negra da escola que idealizou um projeto para falar sobre cultura afro-brasileira, não tem consciência racial. É o totem que a escola usa pra dizer que está fazendo alguma coisa, mas não tem consistência o conteúdo. Eu pedi a transferência do meu filho para outra escola. A família inteira está desgastada”. Encerrando o vídeo, a executiva ainda relatou o que ouviu da assistente da direção durante a reunião. “Você acha que transferindo ele de escola, o problema vai mudar?”.
Diversas personalidades negras apoiaram a Patrícia e sua filha nas redes sociais. “Ahhh Pati! Eu lamento tanto pela dor do Mateus, minha irmã. Que tristeza ouvi-lo chorando. Que dor! Todo meu apoio e afeto pra vocês minha irmã. Que haja cura psíquica pro Mateus! Axé”, escreveu o Dr. Fred Nicácio.
“Meu coração chega a doer. Fala pro Matheus que tia Luana ta de longe, mandando um abraço gigante pra ele e que ele não merece nenhum ataque nessa vida. Ele é lindo e um menino com futuro promissor. Esse sofrimento vai passar”, disse a apresentadora Luana Xavier.
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