Neste último domingo (24), a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, viajou de Brasília a São Paulo em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) com o objetivo de assinar em conjunto com Ministério do Esporte e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) um protocolo de intenções inédito para o combate ao racismo e promoção da igualdade racial no futebol.
Nas redes sociais, a notícia falsa de que Anielle teria utilizado o avião da FAB para assistir ao último jogo da Copa do Brasil foi disseminada por adversários políticos da ministra e por páginas de extrema direita. A utilização de aviões da FAB é uma prerrogativa de todo ministro. Desde que assumiu o cargo no Ministério da Igualdade Racial, Anielle realizou apenas 5 viagens por meio da FAB, todas as outras 41 foram feitas em voo comercial.
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É inacreditável que uma ministra seja questionada por ir fazer o seu trabalho de combate ao racismo e cumprir o seu dever. Vemos que as noções estão invertidas quando avançamos em um acordo histórico de enfrentamento ao racismo e somos criticados por isso. O que de fato incomoda?
— Anielle Franco (@aniellefranco) September 25, 2023
Nesta segunda-feira (24), Anielle se manifestou sobre os ataques que recebeu e sobre as notícias falsas envolvendo sua viagem à São Paulo. Ela enfatizou que precisou abrir mão do descanso em família para realizar suas funções de trabalho. “É inacreditável que uma ministra seja questionada por ir fazer o seu trabalho de combate ao racismo e cumprir o seu dever. Vemos que as noções estão invertidas quando avançamos em um acordo histórico de enfrentamento ao racismo e somos criticados por isso. O que de fato incomoda?“, publicou a Ministra. “Inclusive, precisei abrir mão de estar com a minha família e minhas duas filhas em um domingo para ir trabalhar. Quem tem filhas pequenas consegue entender o peso disso”.
O documento assinado por Anielle em São Paulo prevê políticas e programas transversais de combate ao racismo no futebol, colaboração da CBF com as autoridades competentes no encaminhamento de denúncias relacionadas a casos de racismo, além de sugerir à FIFA, CONMEBOL e a outras confederações e associações nacionais do futebol a adoção de medidas de prevenção e combate ao racismo.
A ministra pontuou ainda que o acordo com a CBF está sendo pensado desde fevereiro. “Não chegamos ontem. Estamos há muitos anos nessa caminhada e esse acordo está sendo elaborado desde fevereiro. Para todos que têm boa fé, convido que conheçam mais o trabalho que o Ministério da Igualdade Racial está fazendo em conjunto com o dos Esportes e da Justiça”, escreveu ela nas redes sociais. “Importante reconhecer que práticas de desinformação, manipulação da verdade e a divulgação de noticias falsas configuraram violência política de Gênero e Raça, na tentativa de impedir o nosso trabalho. Não são ataques à este ministério ou a mim, mas ao povo brasileiro”.
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