Por Ivair Augusto Alves dos Santos
Você conhece algum negro parente, amigo, irmão, primo, sobrinho, filho que não tenha sido abordado pela polícia? Eu, infelizmente, não conheço. Isso não pode ser naturalizado, isso é uma violência com a qual aprendemos a conviver diariamente, e pedimos aos nossos filhos que nunca reajam a uma abordagem, levem sempre um documento com você.
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O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, nesta quarta-feira (1), a análise de uma ação sobre o impacto do perfilamento racial nas abordagens policiais. A discussão foi levada à Corte pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo devido ao caso de um homem que foi condenado a 7 anos e 11 meses de prisão em regime fechado por tráfico de drogas, após ter sido pego com 1,53 gramas de entorpecente.
“O termo “perfilamento racial” se refere ao processo pelo qual as forças policiais fazem uso de generalizações fundadas na raça, cor, ascendência, nacionalidade ou etnicidade, ao invés de evidências objetivas ou o comportamento de um indivíduo, para sujeitar pessoas a batidas policiais, revistas minuciosas, verificações e reverificações de identidade e investigações, ou para proferir um julgamento sobre o envolvimento de um indivíduo em uma atividade criminosa. O perfilamento racial resulta diretamente na tomada de decisões discriminatórias.”
O debate sobre esse tema: perfilamento racial, é de fundamental importância para a vida de milhões de brasileiros, pois está se questionando um direito fundamental dos negros: o direito à vida, o da presunção da inocência. A abordagem da polícia sobre a juventude negra é sempre violenta, humilhante e desesperadora. Saber que seu filho pode ser abordado é o pesadelo de qualquer pai ou mãe. Se a população negra soubesse sobre o teor do julgamento que ocorre no STF, seria motivo de paralisação nacional. Um dia de jogo do Brasil, onde a circunstância da vida de ser negro está em disputa.
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