A Ministra dos Povos Originários Sonia Guajajara, 48, viajou para Roraima junto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 77, neste sábado (21) e chocou o Brasil com a situação atual contra os povos Yanomami. “Mais que uma crise humanitária, o que vi em Roraima foi um genocídio. Um crime premeditado contra os Yanomami, cometido por um governo insensível ao sofrimento do povo brasileiro”, voltou a denunciar nas redes sociais, neste domingo (22).
“Fome, doenças e mortes. Falta de médicos e medicamentos. Adultos com peso de crianças, crianças morrendo por desnutrição, malária, diarreia e outras doenças. Os poucos dados disponíveis apontam que nos últimos quatro anos pelo menos 570 crianças menores de 5 anos perderam a vida no território Yanomami, vítimas de doenças que poderiam ser evitadas e tratadas”, lamenta a ministra.
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“Além do descaso e do abandono por parte do governo anterior, a principal causa do genocídio é a invasão de 20 mil garimpeiros ilegais, cuja presença foi incentivada pelo ex-presidente. Os garimpeiros envenenam os rios com mercúrio, causando destruição e morte. Uma das lideranças com quem conversei resumiu a tragédia: ‘O peixe come o mercúrio, a gente come o peixe, a gente morre'”, relata se referindo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A ministra aproveitou para reafirmar o seu compromisso já prometido durante a campanha eleitoral para deputada federal no ano passado “Não haverá garimpo ilegal em terra indígena”.
“Na Casa de Saúde Indígena Yanomami vi pessoas que saem de suas aldeias em busca de atendimento em Boa Vista e depois não conseguem voltar para suas aldeias. Conversei com uma senhora que está há seis meses à espera do transporte de
volta, desesperada porque seus filhos ficaram na comunidade. Outro Yanomami, que trabalha como agente comunitário de saúde, me contou que foi a Boa Vista receber o salário e não consegue mais voltar, para cuidar da saúde do seu povo”, relatou outra denúncia.
Ministério dos Direitos Humanos contra o genocídio dos Yanomami
Ontem, o Ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, 46, também acompanhou de perto a crise humanitária dos povos Yanomami e já apontou qual será o papel da pasta para combater essa violência. Leia na íntegra as ações, publicada pelo ministro:
“1. A partir da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente o MDHC fará: 1) diagnóstico das violações de direitos; 2) formação dos integrantes do Sistema de Garantia de Direitos; 3) formação aos promotores indígenas de direitos humanos.
2. Já temos em curso o projeto para a equipagem dos Conselhos Tutelares, o que inclui também o fomento e o estímulo junto aos municípios para a participação indígena na composição do Conselho Tutelar, ainda nas eleições de outubro desse ano, bem como a participação dos membros dos Conselhos nos cursos de formação da Escola Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente.
3. Vamos priorizar a implantação de um ou mais de um Centro de Atendimento Integrado às Crianças Vítimas ou Testemunhas de Violências, e apoio logístico para as atividades na terra indígena.
4. No plano do Sistema de Garantia de Direitos do(s) município(s) de referência no atendimento às crianças Yanomami, pretendemos estabelecer uma articulação para o planejamento de medidas como a formação da rede local de proteção de crianças e adolescentes no curso da Escola de Direitos da Criança e do Adolescente, além da adoção das medidas contidas no Plano Nacional da Primeira Infância no eixo das Infâncias da Diversidade.
5. Determinarei ao Ouvidor Nacional dos Direitos Humanos que vá à Roraima para que sejam relatadas as violações de direitos humanos.
6. Iremos estabelecer um diálogo interministerial para a implementação do Plano Nacional de Defesa dos Defensores de Direitos Humanos.
7. Apresentaremos um relatório ao Presidente Lula e ao Ministro da Casa Civil contendo o detalhamento das medidas acima apontadas”.
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