A participação de pessoas negras, com deficiência, LGBTQIA+ em diversos espaços ganhou bastante destaque e uma palavra que acabou por designar essa presença, que na maioria das vezes é uma exceção: representatividade. Para Ana K. Melo, sócia e head de diversidade da XP Inc., a representatividade ainda não existe.
“A gente não vive um cenário de representatividade nos espaços. a gente tem representações. Por exemplo, nós, que estamos aqui como algumas pessoas negras que estão nessa sala que vão falar no evento, que possivelmente estão aqui porque vão falar, senão não estariam. Isso é sim um ponto de inflexão. Isso é sim um momento de transição”, avalia.
“Para a gente chegar em representatividade, a gente precisa efetivamente parar de acreditar e parar de reproduzir, por exemplo, que Taís (Araújo) é a única protagonista negra que a gente pode ter nas novelas e que por exemplo tenhamos poucas mulheres negras ocupando o cargo de diversidade e inclusão nas empresas e que a gente consiga contar nos dedos todas”, provocou.
A fala de Ana foi feita durante o painel Por que marketing e vendas não tem futuro sem diversidade, no RD Summit, maior evento de marketing e vendas da América Latina, que está acontecendo até o dia 28 de outubro em Florianópolis, Santa Catarina.
A empresária falou ainda sobre armadilhas pelas quais as campanhas passam na hora de trazer mais diversidade para seus anúncios. “Tem uma outra pegadinha que é: ‘Ah, mas eu não sei se isso vai se conectar com o meu cliente, eu tendo medo”. Se a maioria da população não é teu cliente, você está escolhendo ter menos clientes”, disse a empresária.
Também participaram da mesa, além de Ana K Melo, Karen Santos, CEO na UX Para Minas Pretas, Vinícius Schimidt, e Genesson Honorato, gerente de inovação para RH na OLX.