A estudante e influencer Fatou Ndiaye, de 16 anos, publicou uma crítica ao marketing digital da esquerda nas redes sociais para atrair a juventude, usando dois exemplos de memes publicados nos perfis do Guilherme Boulos (PSOL-SP), candidato a deputado federal e o atual deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), em referência às eleições deste ano.
“As analogias com o mundo pop, e os memes cada vez mais sem sentido tem um objetivo: atrair o público jovem. É compreensível, afinal, em 2022 tivemos recordes absolutos em regularização de títulos por parte dos jovens entre 16 e 18 anos. É uma geração que não só é consciente politicamente, mas que está na linha de frente do meio digital, recebendo a informação crua, diretamente de seus candidatos”, começa a reflexão de Fatou.
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“Aqueles candidatos que querem de fato conquistar o público jovem terão que ir além de dicotomias entre bem e mal. Somos ‘grandinhos’ o suficiente para entender que a política do nosso país não é um filme ou uma série de TV, onde tudo magicamente se resolve. Nosso voto tem consequências (os últimos 4 anos foram dignos de uma série de terror) e estamos cientes disso”, afirma.
“Somos a geração que perdeu um ano acadêmico, por conta da falta de investimento no ensino público. Somos a geração que teve seu exame nacional manipulado. Somos a geração que acorda e todo dia vê o nome de uma universidade federal nos trending topics, já sabendo que é mais um corte nos investimentos. Somos uma geração que quer acreditar no Brasil, mas já não tem mais motivos para tal. Fomos tão afetados por esse desgoverno, quanto qualquer outra faixa etária”, lamenta a estudante.
“Não queremos analogias vazias, queremos falar de políticas públicas voltadas para nós. Queremos candidatos que assegurem que ano que vem quando nós iniciarmos a faculdade, teremos auxílio transporte, melhoras estruturais e investimentos de pesquisa. Passamos os últimos anos vivendo num sitcom, agora é hora de falar sério. Seja pelo Instagram, Twitter ou até Tik Tok, queremos candidatos que reconheçam que não somos uma massa homogênea para inflar os números da esquerda e sim um grupo com necessidades, demandadas e que quer se sentir representado pelos políticos que ele elege”, finaliza Fatou com pedido de posicionamento sério dos candidatos e representantes da esquerda no Brasil.
Com mais de 100 mil seguidores, Fatou utiliza sua página do Instagram, para fazer posts e vídeos, com aulas sobre a cultura negra e africana, além de análises do contexto político e social do Brasil, e países da África, como Nigéria e Senegal.
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