Presos há um mês, os irmãos Luiz, de 24 anos, e Gustavo, de 19, estão lutando na justiça para provarem sua inocência, após terem sido acusados de roubar dois veículos entre o Taboão e São Bernardo do Campo, em São Paulo. Sobre o ocorrido, no último dia 01 de março, dois roubos aconteceram perto da região onde os jovens moram, em Diadema, uma dupla de ladrões roubou o carro de uma mulher, por volta das 18 h 40 min, descrito como um Ford Ka prata, sete minutos depois, às 18h 47 min, os criminosos roubaram outro carro, dessa vez em São Bernardo do Campo, um Voyage prata.
A polícia então, foi chamada e por meio de um sistema de rastreio, encontrou o Voyage perto de um bar, local onde estava Gustavo e Luiz. Ação foi suficiente para a polícia enquadrar e prender os jovens, que segundo a família, tinham atravessado a rua para fumar, já que estavam no bar, celebrando o aniversário de um conhecido, durante todo o final de tarde.
Notícias Relacionadas
Filho do rapper Rael sofre racismo no mercado Pão de Açúcar
Ananda registra boletim de ocorrência contra Ana Paula Minerato após falas racistas
No dia dos roubos descritos, os irmãos saíram acompanhados do pai, Luiz César Marques, para celebrarem o aniversário de um conhecido, num bar. Diferentes imagens, obtidas pela família, por meio de câmeras de segurança, mostram o momento em que os jovens saem de suas casas acompanhados do pai e chegam no bar. No momento em que Luiz e Gustavo se encontram no local é o horário em que o roubo do primeiro carro estava acontecendo em outro lugar. Os crimes aconteceram há mais de 3 km de distância, onde os jovens estavam.
A defesa dos moradores de Diadema argumenta que os mesmos não realizaram os roubos descritos, já que durante todo o período do crime, eles ficaram juntamente com o pai e demais amigos no bar. A câmera de segurança do estabelecimento estava 01 hora adiantada, por conta do antigo horário de verão, mas registros mostram a chegada dos rapazes, acompanhados de César Marques às 18h 36 min.
“Eles foram presos porque estavam perto de um carro roubado. A polícia já chegou pedindo pra eles assinarem uma série de documentos, eles nem sabiam o que eram e acabaram sendo levados. Quando as vítimas foram reconhecer, reconheceram eles por conta da camisa e da cor da pele”, declara ao MUNDO NEGRO, a profissional que está cuidando do caso e defendendo os jovens.
“Estamos na frente de um racismo estrutural, não temos como falar sobre outra situação a não ser essa. A situação é essa, sabe-se lá Deus quanto tempo eles vão ficar lá, porque a perícia demora. Vou pedir ao juiz que me dê permissão para acompanhar a reinquirição dessas vítimas, para assegurar que não façam perguntas tendenciosas, não confio nesse trabalho da polícia”, destacou.
“Eles saíram de casa com os pai e estavam com ele o tempo todo porque era aniversário de uma pessoa conhecida da família. O reconhecimento [dos acusados] não foi feito como a lei exige e as vítimas acabaram sendo induzidas por toda a situação do reconhecimento. Eles [ Luiz e Gustavo] estão pagando por essa situação, desde o dia 1 de março, sem conseguir provar a inocência deles”, diz o profissional da família que cuida do caso.
Enquanto o assalto acontecia em outro lugar, os jovens seguiam no bar, estavam mandando mensagens para os amigos, tirando fotos, conversando com outras pessoas ao redor. Todo o material, que em tese provaria a inocência dos jovens foi anexado no processo, mas segundo o Ministério Público, os arquivos de vídeo foram editados e por isso, autenticidade dos mesmos foi contestada pela justiça. Enquanto isso, Luiz e Gustavo seguem presos.
“Quando a vítima registrou o primeiro boletim de ocorrência, o ladrão estava com uma camisa vermelha, sendo que os meninos estavam com camisas cinzas. Além disso, a polícia não encontrou nenhum dos pertences que foram roubados na posse dos meninos, celulares, notebook, documentos, bolsa, nada foi encontrado na posse de Luiz e Gustavo”, enfatiza a advogado da família. “Claramente um erro em torno do caso, a polícia concluiu o inquérito em apenas 3 dias”.
“Temos provas, os meninos estavam no bar, mandando mensagem pros amigos, tirando foto, no momento em que o assalto estava acontecendo em outro lugar, temos muitas provas… O que mais entristece é o tanto de prova que a gente tem e o descaso que fazem o que temos e o Ministério Público ainda dizer que a câmera foi editada”, conta a profissional ao MUNDO NEGRO.
Notícias Recentes
Câmara de Salvador aprova projeto para adaptar capelos de formatura a cabelos afro
Dicas de desapego e decoração ancestral para o fim de ano com a personal organizer Cora Fernandes