Taís Araújo e Lázaro Ramos são os convidados da semana do podcast Mano a Mano, comandado por Mano Brown. A conversa entre eles passou sobre carreiras, infância, vida familiar, e muito mais. Um dos pontos altos da conversa foi a presença e o protagonismo de pessoas negras no teatro e no audiovisual brasileiro.
Lázaro revelou, inclusive, que sua mudança profissional para o Amazon Prime envolve também ter a possibilidade de decisão, que fazia falta em sua carreira. “Eu estou nesse novo emprego justamente por isso. Depois de tantos anos trabalhando como ator e como diretor de forma próspera, o meu desejo, o meu ativismo, a minha ambição era ter o poder da caneta do contrato, de contratar. Foi por isso que eu mudei de vida. O projeto é esse, reabrir esses espaços, para falar de uma coisa que já deveria ser contada há muito tempo. Cansei de pedir, agora vou me apropriar”, disse Lazinho.
Notícias Relacionadas
Continuamos sendo os únicos representantes dos nossos sonhos: 25 profissionais negros que você precisa conhecer
Brega funk, futebol de várzea e turismo de favela pelos olhos de diretores negros
Sobre a presença de narrativas negras no audiovisual, Taís ressaltou a necessidade de que diretores e roteiristas brancos não pensem que têm a capacidade de falar sozinhos, sobre as histórias do povo negro no Brasil. “Se você vai fazer uma novela sobre os judeus, você procura um rabino. Se você vai falar sobre a comunidade cigana, você procura um cigano. Agora quando vão falar sobre a comunidade negra, a população branca acha que sabe tudo da gente!”, disse a atriz.
Relembrando histórias da infância, Taís relembrou como “negou” parte de sua cultura negra durante parte da adolescência para ser aceita em alguns momentos entre os amigos. “Gostar de pagode na Barra da Tijuca naquela época, era ‘coisa de preto’, como eles falavam, uma coisa menor. Para ser considerada a menina para pertencer naquele universo absolutamente branco, eu tinha que gostar de pop americano. Durante muito tempo eu neguei toda a minha cultura negra, da minha família que vinha da Zona Norte, para poder pertencer”, relatou Taís.
Os dois ainda falaram sobre as diferenças na forma de atuar de cada um e sobre a capacidade de Taís de “se entregar” aos personagens. “Durante a novela ‘Amor de Mãe’ chegou um certo momento que eu disse pro Lázaro ‘estou saindo dessa casa'”, relembrou Taís, que precisou passar dois dias em um hotel durante um momento bem intenso da trama vencedora do Emmy.
Lázaro ressaltou que é fã da maneira como Taís se entrega ao trabalho e deixou no ar que o filme “Medida Provisória”, previsto para estrear em janeiro de 2022, traz cenas de Taís que vão marcar a história do cinema.
Ouça a íntegra do programa:
Notícias Recentes
Grace Jabbari retira processo federal por agressão e difamação contra o ex-namorado, Jonathan Majors
Agência Pública aponta 33 políticos com antepassados relacionados com a escravidão no Brasil