A Piraporiando, empresa de Janine, é uma Edtech-Edutainment focada na criação de conteúdos e experiências educacionais antirracistas, antibullying e voltada à diversidade – temas importantes e urgentes tratados sem preconceitos e com muito afeto.
Tudo começou com uma grande paixão da carioca Janine Rodrigues (39), fundadora da Piraporiando, educadora: escrever e publicar um livro. Por conta disso, a Piraporiando começou como editora de livros infantojuvenis em 2013, mas foi em 2015 que se estabeleceu juridicamente, após o lançamento do livro ‘No Reino de Pirapora’. Com seis livros publicados, Janine abriu sua própria editora para ter controle total sobre suas obras.
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Assim que seu livro foi publicado, Janine percebeu que tinha em mãos uma missão a ser cumprida com a ajuda do livro: tratar da educação antirracista e inclusiva no Brasil. “Livros que tratam sobre preconceito ou temas como racismo, bullying, homofobia ou educação sexual são muito mais importantes do que a gente imagina”, afirma ela.
De acordo com a sua visão e olhar curioso para a sociedade, uma criança pode até participar de um simples jogo, mas se ninguém está dividindo a bola e chutando para essa criança, ela não se sente pertencente. “E uma criança que não se encaixa, que não se vê nos espaços da sociedade, se veste de tristeza”, constata ela.
Antes de fundar a Piraporiando, Janine tinha carreira promissora na área de gestão ambiental numa grande consultoria na área de sustentabilidade. A paixão e sonho de se tornar escritora falou mais alto e ela decidiu, além de ser escritora, empreender.
Com recursos próprios, Janine pediu demissão e se dedicou a construir a Piraporiando. Hoje, a startup já publicou seis livros de temática inclusiva. As histórias dão origem a conteúdos e experiências educacionais para famílias e professores. As ações já impactaram mais de 122 mil pessoas. Seus livros estão em 12 países da Europa e América Latina.
“Muitas instituições que não tinham nenhum trabalho de diversidade, começaram a se interessar pelo assunto por conta dos meus livros”, declara Janine.
Em 2018, a Piraporiando recebeu o Prêmio Criança da Fundação Abrinq, que homenageia iniciativas que contribuem para assegurar os direitos das crianças e dos adolescentes. No ano seguinte, a empresa foi eleita uma das edtechs de maior impacto no cenário da educação pela pesquisa Liga Insights.
Em 2021, a edtech foi destaque no levantamento inédito realizado pela ACE Córtex, braço de inovação corporativa da ACE Startups, na lista de mais de 300 startups no país dedicadas exclusivamente ao ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança).
O livro ‘No Reino de Pirapora’, que aborda o bullying na infância, abriu portas para que Janine visitasse escolas e cooperasse em projetos de incentivo à leitura, oportunidades que estavam totalmente alinhadas às suas ideias.
A história foi idealizada quando ela ainda era uma menina e trata sobre bullying.”Tive uma amiga da escola que sofria de uma doença rara que a impedia de tomar sol. Ela não podia brincar na hora do recreio, era caçoada e ficava agressiva.” Janine, então, pediu à mãe uma festa de aniversário à noite para a colega participar. “Foi inesquecível a felicidade da minha amiga só por estar ali, vivendo algo novo. Percebi a importância desse registro”, relembra Janine.
A Piraporiando acredita na transversalidade das artes. Em 2017 o livro ‘’ As duas bonecas azuis’’ deu origem a peça de mesmo nome. A peça foi premiada no Festival de Teatro infantil do Tijuca Tênis Clube no Rio de Janeiro.
No final de 2017 a Piraporiando produziu o curta experimental de animação ‘’ O filho do Vento’’. Em 2021, todas as histórias que Janine escreveu se tornarão peças de teatro. Atualmente todos os livros da Piraporiando possuem peça teatral com elenco infantil.
O curso online ‘Educação para a Diversidade’ voltado para educadores e demais interessados em educação com mais afeto e menos preconceito já capacitou mais de 600 educadores.
O conteúdo educacional focado em diversidade licenciado pela Piraporiando para escolas e sistemas de ensino, tem conquistado também empresas que se preocupam com as temáticas da diversidade em suas instituições.
“Quando penso no legado da Piraporiando, penso em equidade. Ou seja, que crianças, jovens, de qualquer cor ou lugar, tenham as mesmas oportunidades, mesmo eles sendo pessoas diferentes, e que possam se reconhecer enquanto agentes potentes de transformação. Não podemos disputar oportunidades de maneira desigual e desleal e as crianças entendem isso muito bem”, finaliza Janine Rodrigues.
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