A tenista Naomi Osaka, número 2 do mundo, foi capa da última edição da revista Time escreveu um artigo onde falou sobre a importância da manutenção da saúde mental. Em artigo intitulado “Está ok não estar ok”, a atleta japonesa discorreu sobre a importância de respeitar os próprios limites em relação aos cuidados com a saúde emocional e psicológica.
Osaka relembrou os acontecimentos recentes sobre o Aberto da França em que abandonou por sentir que não podia dar as entrevistas coletivas obrigatórias. “Você nunca pode agradar a todos. O mundo está tão dividido agora quanto consigo me lembrar em meus curtos 23 anos. Questões que são tão óbvias para mim, como usar uma máscara em uma pandemia ou ajoelhar-se para mostrar apoio ao anti-racismo, são ferozmente contestadas. Quer dizer, uau. Então, quando disse que precisava perder as coletivas de imprensa do Aberto da França para cuidar de mim mentalmente, deveria estar preparado para o que se desenrolou”, inicia em seu texto. A lição dois foi talvez mais enriquecedora. Tornou-se evidente para mim que literalmente todo mundo sofre de problemas relacionados à saúde mental ou conhece alguém que sofre. O número de mensagens que recebi de um grupo tão grande de pessoas confirma isso. Acho que podemos concordar quase universalmente que cada um de nós é um ser humano e está sujeito a sentimentos e emoções”, diz Osaka que é protagonista de uma campanha do Comitê Olímpico Internacional (COI) trazendo o olhar mais humanizado sobre atletas de elite.
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A tenista é um dos nomes mais cotados para faturar uma medalha nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão. Em vésperas de fazer parte de um evento de alcance global, a atleta aponta para a importância da privacidade dos atletas. Acusada de não gostar da imprensa, ela explicou: “O primeiro é a imprensa. Nunca se tratou da imprensa, mas sim do formato tradicional da conferência de imprensa. Vou repetir para os que estão atrás: eu amo a imprensa. Eu não amo todas as conferências de imprensa”, escreve a tetracampeã de Grand Slams.
Ainda em seu artigo, Naomi pede que haja mudança no formato de coletivo, que classifica como uma relação de “sujeito x objeto”. Para Naomi Osaka, houve surpresa com a proporção que sua recusa em dar uma entrevista tomou. “Comuniquei que queria pular as coletivas de imprensa em Roland Garros para exercer o autocuidado e a preservação da minha saúde mental. Eu mantenho isso. Os atletas são humanos. O tênis é nossa profissão privilegiada e, claro, há compromissos fora da quadra que coincidem. Mas eu não posso imaginar outra profissão onde um registro de freqüência consistente (eu perdi uma entrevista coletiva em meus sete anos de turnê) seria tão duramente examinado”, declarou.
Na época, Osaka recebeu apoio de ícones do esporte como o piloto Lewis Hamilton, a lenda do tênis Serena Williams e do ex-nadador Michael Phelps. “Michael Phelps me disse que por me posicionar eu posso ter salvado uma vida. Se isso é verdade, então valeu a pena”, revela.
No artigo, ainda há indicações da atleta para que as associações de tênis ofereçam afastamento para cuidados médicos e dispensas de entrevistas sem obrigar os competidores a revelarem os motivos. Osaka também revelou ter recebido apoio da ex-primeira dama Michelle Obama e do astro do basquete Stephen Curry.
“Acredite ou não, sou naturalmente introvertida e não cortejo os holofotes. Sempre tento me esforçar para defender o que acredito ser certo, mas isso geralmente acarreta grande ansiedade. Eu me sinto desconfortável em ser o porta-voz ou o rosto da saúde mental de um atleta, pois isso ainda é muito novo para mim e não tenho todas as respostas. Espero que as pessoas possam se relacionar e entender que está OK não estar bem e OK também não falar sobre isso“, concluiu.
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