Iniciativa global visa reduzir disparidades raciais na mortalidade materna e aperfeiçoar o procedimento de fertilização in vitro, gravidez e resultados pós-parto. Inscrições vão até 1º de julho.
A Ferring, grupo biofarmacêutico líder em Reprodução Humana, lança um Programa global de Subsídios em Pesquisa e Inovação com foco em Igualdade Racial na Medicina Reprodutiva e Saúde Materna. A iniciativa fornecerá um número limitado de bolsas de até 20 mil euros para pesquisadores, organizações de pesquisas sem fins lucrativos e sociedades científicas de todo o mundo que estejam comprometidos com a redução das disparidades raciais existentes na área, como entre as comunidades negras e indígenas.
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Serão aceitos projetos multidisciplinares nas áreas de pesquisa básica e translacional; pesquisa clínica; epidemiológica, ciências sociais; e prevenção. As inscrições estão abertas até 1º de julho de 2021 e os interessados podem se inscrever por meio do link https://bit.ly/3hw3bij. Os pedidos de subsídios serão avaliados de acordo com um conjunto padronizado de critérios e por painel diversificado do Grupo de Trabalho de Igualdade Racial da Ferring.
“Como líder em medicina reprodutiva e saúde materna, a Ferring está empenhada em fazer sua parte na redução das desigualdades raciais e étnicas na jornada da saúde materna dentro dessas comunidades. Acreditamos que com o poder da pesquisa, com apoio financeiro e científico, conseguimos contribuir com desenvolvimento de soluções inovadoras que vão ajudar as pessoas a viverem melhor e de forma mais igualitária”, explica Dr. Sérgio Teixeira, Diretor Médico da Ferring.
Desigualdade no pré, durante e pós gravidez
De acordo com relatório produzido pela Autoridade de Fertilidade e Embriologia Humana (HFEA), estatísticas mostram disparidades raciais significativas no acesso e resultados de fertilização in vitro. No Reino Unido, os grupos étnicos minoritários submetidos à fertilização in vitro têm menos probabilidade de ter um bebê, com os casais negros tendo a menor chance de sucesso no tratamento.
Outras estatísticas, publicadas em artigo do National Health Statistics Reports, revelam que mulheres negras podem ter duas vezes mais chances de ter problemas de fertilidade do que mulheres brancas, mas são menos propensas a procurar ou receber tratamento para infertilidade. O acesso a um tratamento adequado por mulheres desses grupos encara diferentes desafios, como o preconceito de profissionais assistenciais e médicos, o sentimento de vergonha, falta de seguro e falta de espermatozoides e doadores de óvulos afrodescendentes.
Os dados também são negativos em relação à mortalidade materna. De acordo com a Royal College of Obsteticiar e Gynaecologists (RCOD), apesar de apontarem se tratar de um problema de países menos desenvolvidos, esse desfecho desfavorável acontece em todo o mundo e em países de alta renda, como Estados Unidos e Reino Unido, onde mulheres negras têm maior probabilidade de morrer de complicações durante a gravidez e parto do que mulheres brancas.
Nos Estados Unidos, mulheres negras e indígenas têm de duas a três vezes mais chances de morrer do que mulheres brancas durante a gravidez, no momento do parto ou pós. No Reino Unido, as mulheres negras e asiáticas têm, respectivamente, quatro vezes e duas vezes mais risco de morte, do que as brancas. Pesquisas recentes mostram que também existe uma lacuna de mortalidade entre bebês brancos e negros.
“Queremos incentivar uma cultura diversa e inclusiva, que abraça, respeita e valoriza diferentes perspectivas e experiências. Encorajamos pesquisadores de diversas origens a enviarem suas inscrições e contribuírem para uma causa tão relevante”, diz Dr. Sérgio Teixeira.
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