Serão realizados hoje, em Recife, às 14h, atos em memória de um ano da morte do menino Miguel. Também haverá ato em São Paulo, às 16h, com pronunciamento de Mirtes Renata Santana de Souza, mãe de Miguel , nas escadarias do Theatro Municipal de São Paulo. Ao todo, serão seis atos no Brasil, além de lives, intervenções artísticas e audiovisuais. As ações contam com apoio da Articulação Negra de Pernambuco, Coalizão Negra por Direitos e outras organizações e movimentos sociais.
Filho único de Mirtes e Paulo Inocêncio, Miguel tinha cinco anos quando veio a óbito no dia 2 de Junho de 2020, quando sua mãe foi convocada para o trabalho em uma das piores fases da pandemia de Covid-19. Por conta disso, o menino teve que acompanhar sua mãe ao trabalho. Ele foi abandonado por Sarí Gaspar Corte Real, patroa de sua mãe, e após ser deixado sozinho em um elevador caiu do nono andar do Condomínio Píer Maurício de Nassau, conhecido localmente como “Torres Gêmeas”, um prédio de luxo de Recife (PE).
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A Semana Internacional Menino Miguel (acontecendo entre os dias 30 de maio e 5 de junho) também é uma forma de relembrar a ausência de justiça na investigação do caso do menino. Um ano após o início das investigações, do pouco que evoluiu o processo, destacam-se as irregularidades do caso. Mais recentemente, uma testemunha indicada pela defesa de Sarí foi ouvida pela justiça sem a participação da família de Miguel, ato considerado ilegal pela assistência de acusação. “Para mim a pior dor foi tomar ciência da linha de defesa que os advogados de Sarí estão operando: o discurso deles busca nitidamente adultizar Miguel e infantilizar Sari. É uma barbaridade, de uma crueldade imensa, retratam meu filho como uma criança incontrolável, mal-educada e grosseira, apresentando Miguel como culpado da própria morte. Sim! Os advogados estão afirmando isso, quando infantilizam Sari, argumentando que ela “fez tudo o que podia”, mas não teve condições de impedir Miguel de usar o elevador. Uma petição pública hospedada na plataforma Change.org também pede justiça para o caso. Criado pela jovem Dani Brito e pela mãe de Miguel, Mirtes, o abaixo-assinado tem quase três milhões de assinaturas.
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