Apesar da população negra compor 50,7% da população brasileira (IBGE, 2010), os pretos representam apenas 20% dos atores que atuaram em papel de destaque no cinema até 2012 e esses dados mostram a exclusão de vivências e perspectivas das minorias, a falta de referências positivas através de role-models, e o esteriótipos que caem sobre determinados grupos, entre outros tantos problemas.
“Elenco Negro” quer atuar na contramão desses números e estereótipos e também fortalecer nomes de projetos recentes.
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O escopo do projeto visa fortalecer atores negros, maiores de 18 anos, nos mais variados estágios da carreira, residentes no estado do Rio de Janeiro, que estão procurando se inserir e/ou se fortalecer no mercado audiovisual e criar uma rede de apoio e suporte para os artistas no mercado de trabalho.
Além dessas contribuições, esse formato de cadastramento para os artistas dará mais visibilidade aos profissionais independentes e aos que ainda não são reconhecidos no mercado audiovisual do país.
Idealizado por Fabrício Boliveira e Gabriel Bortolini, o projeto tem o objetivo de potencializar, dar visibilidade e suporte a atores negros e da periferia do Rio de Janeiro. Com o cadastramento online para banco de dados de elenco, assim como o trabalho exercido, há mais de três décadas, pela fundadora e presidente Zezé Motta no Centro Brasileiro de Informação e Documentação do Artista Negro (CIDAN), que exerce papel fundamental para a expansão do mercado para atores pretos, “Elenco Negro” traz a inquietação em forma de continuidade. Através de um cadastramento no perfil do Instagram @elenconegro, o projeto busca potencializar profissionais negros e de locais periféricos do estado do Rio de Janeiro.
“A união da minha trajetória de ator e diretor com a do Gabriel de produtor executivo e de elenco na criação desse projeto é motivada pela inquietação de algumas falas como “não tem ator preto bom nesse perfil” / “precisa ter pelo menos um ator preto” / “é sempre mais difícil achar ator preto, é mais limitado” / “essa cena deveria ter mais preto, mas não tem, esses foram todos os que achamos”. Nosso objetivo é acabar com essa falácia e entender como melhor dar suporte e fortalecer o setor.” Afirma Fabrício Boliveira, idealizador do projeto.
Os primeiros a se inscreverem terão acesso a serviços imediatos, de acordo com suas áreas de interesse, como edição de vídeos, atuação de textos elaborados por dramaturgos convidados, oficina jurídica com foco no auxílio de resolução de burocracias, lives mentorias com profissionais negros dos mais variados seguimentos, ensaios fotográficos para produção de material de divulgação e apadrinhamentos para favorecer e fortalecer as trocas de experiências e o crescimento pessoal e profissional.
“Entendemos que muitas iniciativas vieram antes de nós, seja o CIDAN de Zezé Motta e “Coletivo Preto” do Drayson Menezes e Orlando Caldeira, e possíveis outros que não entramos em contato. Temos que agradecer pelo passado, o que estamos fazendo agora no nosso presente, mas também na continuidade do projeto no futuro, com novas articulações podendo atender mais e mais e de outros estados. É sobre nós fazermos pelos nossos”. Afirma Gabriel Bortolini, idealizador do projeto.
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