Realizada pela Nova Escola, estudo sobre Educação Antirracista revela ainda que 98% dos educadores acreditam ser importante debater a questão, mas apenas 3, em cada 10, reconhecem algum autor preto que está sendo trabalhado na grade curricular
Apenas 2, em cada 10 professores, citaram referências de autores negros usados em sala de aula. Entre os nomes aparecem Machado de Assis Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo, Milton Santos e Djamila Ribeiro. Somente 10% dos profissionais citaram referências pedagógicas africanas ou afro-brasileiras na sua prática escolar e, dessa vez, surgem nomes como, a norte-americana Bell Hooks, a nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, o sul-africano Nelson Mandela.
Notícias Relacionadas
“Você é definido pelos seus erros, especialmente se você é negro”, reflete Daniel Kaluuya sobre desafios na indústria do cinema
Zezé Motta recebe título de doutora honoris causa da Fiocruz por contribuição à cultura brasileira
Esses dados foram levantados pela pesquisa realizada no último mês de novembro pela Nova Escola, organização de impacto social. A pesquisa revela que os professores têm pouco contato com autores negros e conteúdos focados em educação afro-brasileira.
Embora a maioria dos entrevistados (85%) alegarem ter conhecimento da existência de uma lei que exige a inclusão do ensino de história e cultura afro-brasileira, 6 em cada 10 não sabem ou afirmam que não há investimento em ações para esse tema nas escolas onde trabalham. O mesmo índice alega que não há referência da pedagogia africana ou afro-brasileira em sua prática escolar.
De acordo com Simone Reis, Gerente de Gente & Gestão e Diversidade da Nova Escola, os autores negros e a história africana e afro-brasileira precisam ser trabalhados nas escolas para reforçar a representatividade e auxiliar no combate ao racismo.
“A escola pode ser um dos piores lugares para as crianças negras, que aprendem sobre história vendo os negros chegando ao Brasil infelizes, como escravos, apenas para servir aos brancos. Mas essa não é a história completa dos povos negros, a representatividade precisa ser contada também de forma positiva para que as crianças se sintam confortáveis com a sua identidade, valorizando as nuances, especificidades e potências dos negros”, completa.
O levantamento conta com respostas de 1.847 educadores de todo o Brasil via formulário online. Dos respondentes, 945 se identificaram como brancos, 608 como pardos, 268 como pretos, 25 como amarelos e 11 como indígenas. 78,37% dos educadores que responderam ao estudo são do sexo feminino; 21,2% masculino. O estudo ouviu, majoritariamente, profissionais da Rede Pública de ensino, que corresponde a mais de 85% dos respondentes. Os outros 20,96% são da rede privada. A maioria são professores/as (71%), em seguida coordenadores/as (11%) e diretores/as (4%).
Notícias Recentes
Universidade Federal de Sergipe assume fraude em cotas raciais em 30 Concursos
Aaron Pierre é escalado como Lanterna Verde John Stewart em nova série da DC Studios