Dirigido por Joyce Prado, o longa Chico Rei Entre Nós, acaba de ganhar o prêmio do público de Melhor Documentário Brasileiro e Menção Honrosa do Júri da 44ª Mostra Internacional de Cinema. O filme tem como ponto de partida a história de Chico Rei e explora os ecos da escravidão brasileira na vida das pessoas negras nos dias de hoje, entendendo seus desafios e indicando alguns caminhos.
O filme partiu de uma ideia original da Abrolhos Filmes e após um longo trabalho de pesquisa chegou-se no recorte atual, onde Chico Rei Entre Nós investiga quem foi Chico Rei, também conhecido como Galanga, e conta sua história de amor à sua comunidade. Segundo se conta, através da tradição oral, principalmente na região de Ouro Preto, em Minas Gerais, Chico Rei, foi trazido do Congo, onde era Rei, para o Brasil em 1740, e ele compra a própria liberdade, e após esse acontecimento, libertou muitas pessoas ao seu redor. Em gratidão, elas o coroaram em uma cerimônia que ficou conhecida como “Reinado” que ocorre anualmente na cidade de Ouro Preto.
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O documentário busca entender quem são os Chico Reis dos dias de hoje, mostrando ao espectador o quão emancipador pode ser o sentimento de pertencimento à um coletivo, “A história das pessoas negras nos países colonizados, quando narrada, é geralmente contada através da perspectiva dos colonizadores. Pouco ou nada se sabe sobre quem foram as milhões de pessoas trazidas para o Brasil durante a escravidão. A População do país que precisa conhecer e reconhecer a história de seus antepassados. Compreender o impacto de suas ações para a sociedade atual.”, explica a diretora Joyce Prado.
Ao apresentar Chico Rei, o filme realiza uma contranarrativa ao apresentar a trajetória de resistência das pessoas negras e seus coletivos durante o período da escravidão, uma perspectiva negra sobre parte da história brasileira. Da mesma forma, os outros personagens narrados no documentário também encontram a si mesmos a partir da organização em grupo, mostram que o impacto é possível.
A equipe de filmagem foi inteiramente feminina e majoritariamente negra, fazendo com que os negros sejam protagonistas do filme em frente as câmeras, e donos de sua própria história.
Ficha técnica
Direção: Joyce Prado
Produção: André Sobral
Produção Executiva: Juliana Vedovato e Laura Barzotto
Roteiro: Natália Vestri e Joyce Prado
Pesquisa: Luana Rocha
Direção de Fotografia: Nuna Nunes
Técnica de som: Evelyn Santos
Edição: Tatiana Toffoli
Edição de som: João Victor dos Santos
Correção de cor: Henrique Raganatti
Trilha sonora original: Sérgio Pererê com uma faixa por Emicida
Produtora: Abrolhos Filmes
País: Brasil
Duração: 95 min
Classificação: Livre
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