Whitney Houston foi a artista mais premiada de todos os tempos segundo o Livro de Recordes (Guiness Book)! Com grandes sucessos como “I Wanna Dance With Somebody” e “I Will Always Love You“, a cantora superou recordes do grupo The Beatles e Michael Jackson nas paradas de música. Talvez ela ainda teria mais tempo para viver mais momentos brilhantes, se não fosse a cobrança de como uma mulher negra deveria agir.
A cinebiografia “I Wanna Dance With Somebody – A História de Whitney Houston” foca mais na carreira do que nos sentimentos mais íntimos da estrela. Mas durante os grandes momentos, é possível perceber tudo o que lhe afligia. A começar pelo preconceito dos pais e da mídia com a sua paixão não-assumida publicamente com Robyn Crawnford, sua melhor amiga e diretora criativa. Um assunto ainda tão polêmico, que a diretora Kasi Lemmons já havia revelado que foi necessário insistir muito para que a família permitisse a retratação do romance com a cena de um beijo romântico.
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A pressão da família religiosa lhe forçou a achar que precisava constituir uma família heteronormativa. E ela perde o controle quando começa a se relacionar com o cantor Bobby Brown, com quem teve uma filha. Um casamento marcado por drogas, traições, violências e exploração financeira. Além de fazê-la infeliz com a vida pessoal, também afetou a carreira, prejudicando a sua voz.
Quando Whitney conheceu Bobby, ela também era duramente criticada pela comunidade negra dos Estados Unidos por “não agir o bastante como uma artista negra”, por ter músicas “brancas demais”. A artista deixava claro que o seu papel era apenas cantar, mas ela ficava triste por não se sentir suficiente nem para pessoas negras, nem para pessoas brancas.
Em uma das poucas cenas mais intimistas da artista no filme, Whitney desabafa com o seu amigo e produtor musical Clive Davis: “Toda mulher negra é exausta”. E ela tinha razão. Entre erros e acertos, era ela que fazia tudo acontecer para sustentar a família e ainda continuava sendo sempre julgada e explorada pelas pessoas que esperava acolhimento. Lemmons acertou em abordar a questão de raça e sexualidade no filme – mesmo que sem tanto aprofundamento – pois melhora o entendimento do público sobre as dores da artista.
O filme acerta em escolher Naomi Ackie interpretando Whitney, trazendo uma voz marcante, que fica impossível não se arrepiar e se emocionar, especialmente no momento em que ela canta “I Will Always Love You“. É uma forte candidata ao Oscar na categoria Melhor Atriz.
Whitney Houston morreu no dia 11 de fevereiro de 2012, aos 48 anos. Ela se afogou na banheira acidentalmente após uso excessivo de drogas.
O filme estreia nos cinemas amanhã, 12 de janeiro. Veja o trailer:
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