“Vocês não têm ideia do quanto isso significa para nós”: Cyda Moreno, que vive Yara em ‘Dona de Mim’, sobre o protagonismo negro na TV

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“Vocês não têm ideia do quanto isso significa para nós”: Cyda Moreno, que vive Yara em ‘Dona de Mim’, sobre o protagonismo negro na TV
Foto: reprodução

O avanço da representatividade negra na televisão brasileira tem sido uma conquista lenta, marcada por batalhas históricas e resistências. Por décadas, atores e atrizes negros ocuparam papéis pequenos, periféricos e muitas vezes estereotipados, raramente assumindo o protagonismo nas telas. Porém, essa realidade tem passado por transformações significativas nos últimos anos, especialmente em produções que começam a valorizar a diversidade e a escuta dos territórios populares.

Nesse cenário de mudanças, Cyda Moreno se destaca como uma voz que carrega a memória dessas lutas e a esperança do que ainda está por vir. Aos 61 anos, a atriz, que hoje interpreta Yara na novela Dona de Mim, representa uma trajetória de resistência e avanço no audiovisual brasileiro.

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Sobre a representatividade na novela, Cyda compartilha:
“No elenco principal, a maioria é composta por atores negros, e toda a equipe de produção também conta com muitas pessoas negras trabalhando para dar suporte a esse elenco. Vocês não têm ideia do quanto isso significa para nós. Até pouco tempo atrás, uma configuração como essa era praticamente impensável.”

A carreira de Cyda começou em 1997 na Globo, com uma participação regional. Passou por trabalhos importantes, como o seriado Mulher e a novela de época A Padroeira (2001), na qual interpretou uma escravizada que viveu em quilombo.

Ela reflete sobre a evolução do espaço ocupado pelos atores negros na televisão:
“Naquela época, os papéis eram pequenos, periféricos, e não ocupávamos o centro da cena; não éramos os protagonistas. É só olhar para as novelas antigas que passam no Canal Viva para perceber essa realidade, que representa outra face do Brasil. Hoje, quando vejo um elenco inteiro, formado majoritariamente por jovens atores negros, com todas as pessoas trabalhando para garantir esse protagonismo, isso é realmente emocionante.”

A fala de Cyda Moreno funciona como um registro vivo das transformações que ocorrem no audiovisual brasileiro, mostrando que o protagonismo negro tem ganhado força, visibilidade e reconhecimento. Sua trajetória inspira novas gerações a reivindicarem seus espaços com identidade e potência. Em um país que ainda enfrenta o racismo estrutural, o trabalho e a voz de Cyda são fundamentais para promover o debate e estimular mudanças profundas, tanto nas telas quanto na sociedade.

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