Um dos principais nomes do futebol mundial da atualidade, o atacante Vinivius Jr. se emocionou ao falar durante uma entrevista coletiva concedida pela Seleção Brasileira na manhã desta segunda, 25, sobre os casos de racismo que vem sofrendo durante a temporada do campeonato espanhol.
A entrevista acontece um dia antes do amistoso entre Brasil e Espanha, que será realizado na próxima terça-feira, 26, no estádio Santiago Bernabéu, em Madri. Ao responder que “a falta de punições” é o que frustra mais, o jogador ainda afirmou desejar: “que as pessoas negras possam ter uma vida normal, como as outras. Quero seguir lutando por isso. Se fosse por mim, eu já teria desistido, fico em casa, ninguém vai me xingar, fazer nada comigo… Eu vou para os jogos com a cabeça centrada no jogo para fazer o melhor para minha equipe, mas nem sempre é possível. Tenho que me concentrar muito todos os dias…”, disse ele ao ir às lágrimas.
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Durante a entrevista coletiva, o jogador também lembrou da história do próprio pai: “Meu pai sempre teve dificuldade por ser negro. Entre ele e um branco, sempre vão escolher um branco. Tenho lutado bastante por tudo que tem acontecido comigo. É desgastante por estar meio sozinho. Já fiz tantas denúncias e ninguém é punido, nenhum clube é punido. A cada dia, luto por todos que passam por isso. Se fosse só por mim e pela família, não sei se continuaria. Mas fui escolhido para defender uma causa bem importante e que eu estudo a cada dia para que no futuro meu irmão de cinco anos não passe pelo que estou passando.”, destacou.
Em um caso recente, em março deste ano, o jogador voltou a ser vítima de ataques racistas cometidos por torcedores europeus. Vini Jr. compartilhou o vídeo que mostra torcedores do Atlético de Madrid, antes do início da partida contra Inter de Milão, pela Liga dos Campeões, entoando um canto em que chamam o brasileiro de ‘cimpanzé’. Em nota, a Laliga afirmou que deve denunciar o caso à Procuradoria de Combate ao Ódio.
Os casos de racismo sofridos por Vini Jr. levaram o Ministério da Igualdade Racial do Brasil a cobrar o governo espanhol e a LaLiga a tomar providências contra os crimes cometidos, na maioria dos casos, por torcedores. Atualmente o jogador integra o Comitê Antirracista da FIFA.
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