
A série Adolescência, da Netflix, que aborda os desafios da juventude contemporânea, inspirou a vereadora Thaís Ferreira (PSOL) a apresentar um projeto inédito na Câmara Municipal do Rio de Janeiro: a criação da Política Municipal de Promoção de Masculinidades Saudáveis e Antissexistas. A proposta, protocolada nesta semana, prevê ações educativas em escolas e equipamentos públicos para romper com ciclos de violência, abandono afetivo e machismo na formação de adolescentes.
Presidente da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente, Thaís afirma que a série retrata uma realidade já conhecida por mães, professoras e profissionais que lidam com jovens. “Nossos meninos estão sofrendo. O Estado precisa agir com cuidado e escuta, antes que seja tarde demais”, diz a parlamentar, mãe de três meninos e ativista dos direitos da infância.
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O projeto, que ainda será discutido pelos vereadores, tem como base cinco princípios, entre eles a promoção da equidade de gênero, o combate ao racismo e à homofobia e a valorização do cuidado emocional. As diretrizes incluem: Ações educativas em escolas públicas, com formação para alunos e profissionais; Rodas de conversa e oficinas para adolescentes em vulnerabilidade; Campanhas e materiais digitais sobre masculinidades não violentas e Articulação com políticas de saúde e assistência social.
Contexto de violência
A proposta surge em um cenário marcado por dados alarmantes. Em 2022, 41 mil crianças e adolescentes de 0 a 13 anos foram vítimas de estupro no Brasil, com maior incidência entre meninas de 10 a 14 anos, segundo dados oficiais. Pesquisa de 2023 ainda aponta que 8 em cada 10 jovens brasileiros já se depararam com conteúdos violentos ou discriminatórios nas redes sociais.
Além disso, estudos indicam que 71,8% dos ataques em escolas no país desde 2011 tiveram relação com radicalização online, incluindo buscas por instruções de massacres.
“Precisamos desconstruir a masculinidade tóxica desde cedo, promovendo uma cultura de paz e respeito”, defende Thaís. O projeto prevê parcerias com universidades, coletivos e organizações da sociedade civil. Se aprovado, o Executivo terá 90 dias para regulamentar a lei.
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