Vera Lúcia (PSTU), única mulher negra ex-candidata à Presidência da República na eleição deste ano, declarou apoio a Lula (PT) no segundo turno na noite desta segunda-feira (17). “1.350 mulheres morreram por ano no governo Bolsonaro. A cada 4 horas, uma morte materna foi registrada. Os crimes violentos contra as LGBTIs cresceram 33% só em 2021. Essa tragédia é resultado das ações do governo Bolsonaro, que pretende ampliar seu projeto reacionário com essa nova bancada de extrema direita no congresso”, inicia o discurso no vídeo publicado nas redes sociais.
Apesar das duras críticas e preocupações com o governo do Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição da presidência, Vera destacou que o apoio a Lula também vem com muitas críticas por não concordarem com o “projeto político de governar com a burguesia”. “Nossas reivindicações não podem ser moeda de troca eleitoral. Violência, feminicídios e aborto estão sendo tratados como simples pautas de costumes, e não deveria ser assim. São as nossas vidas e o nosso direito de decidir que estão em jogo!”, ressalta.
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Além da preocupação com as mulheres, a ex-candidata também manifestou preocupação com a carta aos evangélicos que Lula pretende divulgar nos próximos dias. A carta é uma estratégia da campanha do candidato para combater as fake news propagadas pelos apoiadores do Bolsonaro.
“Nós respeitamos as religiões, mas somos contra qualquer interferência da igreja no Estado. Não concordamos em abrir mão de nossas reivindicações históricas para conquistar apoio de pastores conservadores. A Carta ao Povo de Deus, feita por Dilma em 2010, mostrou que ela só serviu para fortalecer esses setores”. E completa: “Respeitamos a fé das pessoas, mas a carta aos evangélicos não é sobre isso, é sobre fazer concessões aos conservadores. E nossos direitos não são negociáveis”.
Para encerrar, Vera Lúcia fala sobre a importância das mulheres brasileiras se organizarem para garantir os direitos. “Devemos seguir o exemplo das mulheres na Argentina e na Colômbia, que conseguiram o direito ao aborto na luta, assim como as mulheres iranianas que se levantam hoje contra um regime opressor, lutando por suas vidas e liberdade”.