Trabalhadores iniciam remoção do mural “Black Lives Matter” em Washington após pressão republicana

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Trabalhadores iniciam remoção do mural “Black Lives Matter” em Washington após pressão republicana
Foto 1: Kevin Dietsch/Getty Images

Trabalhadores da construção civil começaram, na segunda-feira (10), a remover o icônico mural “Black Lives Matter” pintado na rua que leva ao Black Lives Matter Plaza, em Washington, DC, nos Estados Unidos. A ação ocorre após a prefeita Muriel Bowser anunciar a decisão de redesenhar a praça, em meio a pressões de legisladores republicanos que ameaçaram cortar o financiamento de transporte da cidade caso o nome da praça não fosse alterado.

Com coletes refletivos e capacetes, os trabalhadores utilizaram equipamentos para perfurar e remover o trecho de dois quarteirões onde as letras amarelas com os dizeres “VIDAS NEGRAS IMPORTAM” estavam pintadas. O local, localizado ao norte da Casa Branca, tornou-se um símbolo dos protestos antirracistas que tomaram o país em 2020, após o assassinato de George Floyd, um homem negro morto por um policial branco em Minneapolis. Enquanto a remoção ocorria, espectadores observavam a cena, que marcou o fim de um dos marcos visuais mais emblemáticos do movimento.

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O mural foi criado por ordem da prefeita Bowser em junho de 2020, durante o auge dos protestos contra a violência policial e o racismo estrutural. A pintura das letras amarelas, que se estendiam por uma via próxima à Casa Branca, foi vista como um ato de resistência e apoio ao movimento Black Lives Matter, especialmente durante o primeiro mandato do então presidente Donald Trump, que frequentemente criticou os protestos.

Agora, com a volta de Trump à cena política e o controle republicano sobre ambas as casas do Congresso, a remoção do mural é interpretada por analistas como um reconhecimento da vulnerabilidade política do Distrito de Columbia. Legisladores republicanos vinham pressionando pela mudança, argumentando que o nome e o mural da praça representavam uma postura partidária que não deveria ser financiada com recursos federais.

Em comunicado divulgado na semana passada, a prefeita Bowser afirmou que o espaço será redesenhado e receberá novos murais patrocinados pela cidade, sem detalhar quais serão as mudanças. A expectativa é que o trabalho de remoção e substituição leve cerca de seis semanas.

A decisão gerou reações mistas. Enquanto alguns moradores e ativistas lamentam a perda de um símbolo importante da luta antirracista, outros veem a mudança como uma tentativa de evitar conflitos políticos em um momento de tensão entre o governo local e o Congresso.

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