Mais um filme da interminável franquia de ‘Jogos Mortais’ estreou nos cinemas e dessa vez a novidade é ver dois atores de peso nos créditos do longa: Chris Rock e Samuel L Jackson. Os nomes por si só já garantem a curiosidade para o que poderia ser uma renovação da franquia que estava desgastada, somando oito filmes ao total.
Chris Rock é Zeke, um policial que sofre com a antipatia de seus colegas no departamento em que trabalha por ser honesto e ter denunciado um parceiro corrupto. Outros policiais começam a ser brutalmente assassinados nos mesmos moldes do assassino Jigsaw.
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Dirigido por Darren Lynn Bousman, responsável pelos filmes 2 e 3 da franquia, “Espiral – O Legado de Jogos Mortais” e alguns vícios aparecem aqui, mas em menor dose como cortes rápidos em momentos de tensão para mostrar qual a sensação o personagem está sentindo assim como durante as armadilhas. Aparentemente o diretor não quis inovar na forma de filmar.
Chris Rock está bem, apesar de no começo ser difícil não esperar uma piada dele a cada dois minutos. O filme até usa o talento do ator para comédia em boas tiradas no início, mas à medida que os acontecimentos vão pesando, Rock consegue passar bem a imagem de quem está lidando com algo que vai além do que pode controlar na condição de investigador. Quem também está bem é Max Minghella no papel de parceiro de Zeke, sempre confuso e ansioso por se integrar.
De todos os filmes da franquia até aqui, “Espiral” é o mais focado na parte investigativa, deixando as famosas armadilhas em segundo plano, o que pode frustrar os fãs antigos da série de filmes. E mesmo quando elas aparecem, pouco é mostrado de seu funcionamento e nenhuma entra para a lista de mais criativas, além e serem confusas e não ficar bem claro como a pessoa poderia escapar. Ainda assim, continuam responsáveis pelos momentos sangrentos da trama. Se o filme não funciona em relação às armadilhas, acaba por jogar a parte investigativa fora quando telegrafa o final muito antes do final do filme, acabando com o elemento surpresa característico até dos piores filmes de Jogos Mortais.
A presença de Samuel L Jackson é completamente desperdiçada na trama, parecendo que o ator estava ali apenas para pagar as contas.Uma coisa incômoda é que os policiais pegos e levados para os testes do assassino parecem incapazes de se defender e de tomar atitudes lógicas para se salvar. Aparentemente o cérebro deles desliga diante da tentativa de sequestro.
A franquia deveria descansar por um longo, longo tempo. O desgaste é visível. E quando voltar ter novos ares na direção seria tão bom quanto ter Chris Rock de volta.
‘Espiral – O Legado de Jogos Mortais’ está em exibição nos cinemas.