Em agosto, o cinema brasileiro ganhará uma incrível obra sobre o protagonismo feminino negro através da história de Hilária Batista de Almeida, a famosa Tia Ciata. O documentário experimental abordará a trajetória de uma mulher de suma importância para a história e cultura brasileira, referência na construção da identidade nacional.
Nascida na Bahia em 1854, a jovem Ciata chegou ao Rio de Janeiro devido ao movimento conhecido como diáspora baiana. Fez história na Praça XI como líder comunitária, religiosa e empreendedora, juntamente com outras tias baianas. Chamada de Pequena África, a casa de Tia Ciata foi verdadeiro núcleo de resistência cultural, servindo de pólo de integração de vários grupos que difundiam e mesclavam ritmos e costumes, afirmando a presença da diversidade e riqueza da cultura negra, sendo o lugar responsável pelo desenvolvimento e consolidação do samba no Brasil.
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O filme, que ganhou o especial nome de “Tia Ciata”, trará depoimentos importantes de mulheres negras que são referência na luta contra o racismo no Brasil. Contará com nomes como o da escritora Conceição Evaristo, da filósofa e escritora Helena Theodoro, da historiadora Giovana Xavier, da pesquisadora de cinema negro brasileiro Janaina Oliveira, da atriz Angela Peres, das cantoras Marina Íris e Nina Rosa, da bisneta de Tia Ciata, Gracy Mary e da Ialorixá Mãe Beata de Iemanjá, que faleceu recentemente deixando um legado de luta pela igualdade de direitos para o povo negro e sempre será referência de força ancestral e resistência, inspirando gerações.
Produção Filme Tia Ciata no terreiro Ilê Asé Òpô Afonjá (visit…
Tia Ciata foi uma importante Mãe de santo! Sabendo disso, estivemos no terreiro Ilê Asé Òpô Afonjá, que é característico pela liderança feminina, para realizar uma pesquisa e tivemos uma ótima conversa com a Ìyalorixá Regina Lúcia.Espia só esse vídeo:
Posted by Tia Ciata – Filme on Tuesday, May 24, 2016
Mariana Campos, uma das diretoras do filme, comentou sobre a importância do papel de Tia Ciata na nossa cultura e sobre como a trajetória dela e de muitas outras mulheres negras foram invisibilizadas em nossos registros, uma vez que vivemos em um país marcado pelo machismo e por um racismo estrutural que atravessa gerações. Raquel Beatriz, que também dirigiu o curta, ainda salientou sobre a ancestralidade que os depoimentos trazem, fazendo com que seja possível nos compreender enquanto sociedade.
O filme foi selecionado para o Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul – Brasil, África e Caribe – que acontecerá entre os dias 30 de agosto e 9 de setembro no Rio de Janeiro, e terá sua estreia no Cine Odeon. Para mais informações, acesse a página Tia Ciata no Facebook e se atente às datas de divulgação da programação completa.
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