Em um mundo digital e globalizado ter acesso a tecnologia é fundamental. Kelly Baptista, especialista em Gestão de Políticas Públicas assumiu a posição de Coordenação Geral da Fundação 1Bi, entidade apoiada pelo grupo Movile e que tem como foco fomentar projetos de tecnologia para impacto social.
A executiva tem experiência em projetos para geração de renda para mulheres em situação de vulnerabilidade social e em iniciativas para garantir a qualificação profissional de jovens periféricos. Em 2014, ela foi uma das 25 finalistas do Jovens Mulheres Líderes, um programa de fortalecimento em questões de gênero e juventude da ONU Mulheres.
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A Fundação 1Bi , com foco em ensinar tecnologia por meio da tecnologia também apoia organizações que promovem ações de educação por meios digitais, treinamentos e parcerias com outras instituições, cursos para formação de jovens em áreas de tecnologia e programação, hackathons sociais e consultoria para ONGs.
Conversamos com Kelly para saber mais sobre tecnologia e comunidade negra.
O Brasil tem esse apartheid tecnológico. De que forma a inserção da comunidade negra em espaços de tecnologia pode diminuir o racismo?
Hoje quando falamos e olhamos para o mercado de tecnologia, que tem como sinônimo ser um setor intelectualizado, elitista, masculino e branco, as pessoas não enxergam negros neste lugar, e a falta de diversidade e representatividade faz com que equipes criem por exemplo, algoritmos que classifiquem em um famoso site de busca negros como marginais, macacos ou cabelo crespo como esponja de aço. Ter pessoas negras inseridas nestes lugares além da redução do abismo social abre novos horizontes para as gerações futuras.
A segunda pergunta é por que ainda somos (povo preto) a minoria nos cursos de tecnologia? O que pode estimular as novas gerações a se interessarem por essa área?
A evasão escolar e o emprego prematuro é um fator que atinge em cheio a população negra e periférica, e influência diretamente a não ascensão em cursos de tecnologia. Inserir por exemplo na grade escolar pública matérias de raciocínio lógico que são o básico para a programação, inicia a redução desse abismo e desperta o interesse do jovem para um curso na área. Este estímulo tirará no futuro do jovem aquele sentimento de não pertencimento, porque ele já trará uma bagagem, caso isso não ocorra nos próximos anos o abismo social digital tende a aumentar.
Foto: Felipe Adati
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